Pela primeira vez, o esgotamento profissional, conhecido como síndrome de burnout, foi incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial de Saúde (OMS). A nova versão da classificação entra em vigor em 2022.
Na classificação, a síndrome de burnout foi descrita pela OMS como "uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito", se caracterizando por três elementos: "sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e eficácia profissional reduzida".
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De acordo com o registro da OMS, o esgotamento "se refere especificamente a fenômenos relativos ao contexto profissional e não deve ser utilizado para descrever experiências em outros âmbitos da vida".
“Demorou muito esse entendimento sobre a síndrome de burnout. Aqui no Brasil, os bancos tentam negar sua responsabilidade tentando descaracterizar o problema e culpabilizando o trabalhador. Nós sabemos que os bancários sofrem com metas abusivas, que mudam a todo o momento, com o assédio moral, e a falta de reconhecimento e estabilidade profissional faz com que a doença desencadeie uma série de problemas. A gestão dos bancos alega falsamente que o trabalho é coletivo, mas sabemos que as metas são individuais, transformando o trabalho em uma verdadeira tortura, levando o trabalhador ao esgotamento mental e físico”, diz o secretário de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Carlos Damarindo.
Adoecimento
O número de bancários afastados por doenças cresceu substancialmente entre 2009 e 2017, segundo dados do INSS obtidos pelo Sindicato.
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O total de trabalhadores que tiveram benefícios acidentário ou previdenciário foi de 13.297 em 2009. Oito anos depois, 17.310 tiveram de se afastar do trabalho por conta de enfermidades. Aumento de 30%.Mais de 50% dos casos referem-se a transtornos mentais (aumento de 61,5%) e enfermidades relacionadas a lesões por esforço repetitivo (crescimento de 13%).