O Tribunal Regional do Trabalho da 2° Região (TRT-2) decidiu, por unanimidade, manter o acordo coletivo de trabalho dos metroviários paulistas. Após mobilização da categoria, os desembargadores descartaram a proposta da direção do Metrô, que queria limitar o reajuste um índice inferior e reduzir a participação da empresa no plano de saúde, além de não reajustar a participação nos resultados (PR). Com isso, a assembleia realizada no Sindicato dos Metroviários votou na segunda-feira 6, pela aprovação do acordo e descartou a realização da greve marcada para começar na terça-feira 7.
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
O reajuste salarial, fixado em 4,99% na data-base (1º de maio), corresponde à variação acumulada do IPC-Fipe em 12 meses, até abril. O TRT mantém por mais um ano todas as cláusulas econômicas e garante o desconto em folha da mensalidade dos sócios do sindicato. Também foi determinada a coparticipação da entidade no custeio do plano de saúde. Além disso, os desembargadores decidiram pelo fim do uso do colete com dizeres alusivos à greve, fixando multa diária de R$ 500 por empregado. A empresa pode recorrer.
A categoria reivindicava reajuste de 4,32%, mais aumento real (acima da inflação) de 19,1% para repor perdas, aumento igual para o vale-refeição e vale-alimentação de R$ 726. Eles também pedem equiparação salarial, para sanar problemas de defasagem. “Quando os funcionários são promovidos, não recebem o salário do piso da função e levam um ano para atingir o piso, ou seja, ganham menos do que a função de origem”, explica o sindicato.
"Foi uma vitória importante em um momento grave como esse que vivemos para os trabalhadores", avaliou Wagner Fajardo, coordenador do sindicato. "O Metrô não queria negociar, queria destruir nosso acordo coletivo. E nós conseguimos manter o acordo intacto, conseguimos o reajuste salarial, o reajuste na PR e mantivemos o plano de saúde. Foi uma campanha forte e vitoriosa", acrescentou.
O Metrô negou todos os pedidos dos trabalhadores, limitando o reajuste à reposição da inflação. Além disso, queria reduzir em R$ 40 milhões por ano o investimento no plano de saúde próprio – o Metrus – e não se dispunha a discutir a participação nos resultados, deixando indefinidos valores e datas de pagamento.
Os trabalhadores mantinham-se em estado de greve havia 15 dias, utilizando coletes com mensagens sobre a campanha salarial, contra a privatização do Metrô e o projeto de "reforma" da Previdência proposto pelo governo Bolsonaro. Eles realizam atividades nas estações, dialogando com os passageiros e coletando adesões para um abaixo-assinado das centrais sindicais contra a reforma. A direção do Metrô chegou a punir 80 trabalhadores pelo uso do colete, mas o TRT determinou a suspensão das penalidades.