O impacto do desastre ambiental no Rio Grande do Sul e a reconstrução de diversos municípios devem durar décadas. São mais de 400 municípios afetados, 147 mortos, 806 feridos e 127 desaparecidos. Ao todo, 2.115.703 pessoas foram afetadas, sendo que 538.241 estão desalojadas e 80.826 permanecem em abrigos.
Não há dúvida que a falta de ações preventivas agravou o impacto dessas chuvas. As mudanças climáticas exigem maior investimento para evitar catástrofes, como está acontecendo no Rio Grande do Sul. De acordo com dados do Portal da Transparência, a que a grande imprensa teve acesso, a Prefeitura de Porto Alegre não investiu um real sequer em prevenção a enchentes em 2023. A situação ocorre mesmo com o departamento que cuida da área tendo R$ 428,9 milhões em caixa.
Existem culpados e temos de destacar as ações sistemáticas da bancada ruralista. Mesmo com toda essa tragédia, está em pauta no Senado um Projeto de Lei que reduz as áreas protegidas da Amazônia em um território que equivale ao estado do Rio Grande do Sul (mais de 280 mil quilômetros quadrados), rompendo com a meta de desmatamento zero até 2030. Existem ainda outras 24 propostas de flexibilização ambiental em pauta que afetam legislações sobre recursos hídricos, mineração, oceano, zonas costeiras, além do financiamento da política ambiental.
O presidente Lula afirmou que não faltarão recursos do governo federal no socorro à população do Rio Grande do Sul e na reconstrução de municípios gaúchos atingidos por tempestades e enchentes.
Ao mesmo tempo, Lula tem se posicionado sobre a importância de um Fundo Emergencial para Mudanças Climáticas, como os países ricos, maiores responsáveis pelo efeito estufa e aquecimento global, precisam se comprometer financeiramente. O Brasil e outros países tropicais são mais vulneráveis às alterações do clima e agravamento de perdas econômicas e sociais, inclusive, de vidas.
O Sindicato dos Bancários cumpre um papel cidadão e se solidariza com as lutas sociais. Participamos de uma corrente de arrecadação formada pela CUT e demais sindicatos do país, para auxiliar os atingidos pelas chuvas no sul do país.
Com o agravamento da situação foi criado um comitê de crise, composto por representantes sindicais bancários da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), da Fetrafi-RS e do SindBancários/PoA, juntamente com membros da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Após pressão do movimento sindical, o Itaú anunciou medidas para mitigar os impactos sobre seus funcionários. Uma delas é a antecipação da Gratificação Semestral, além do pagamento adiantado da primeira e segunda parcelas do décimo terceiro salário. Adicionalmente, o banco também efetuou o pagamento dos estagiários.
O Santander anunciou três medidas para mitigar os impactos sobre seus mais de 1200 funcionários localizados nas regiões impactadas: a antecipação do décimo terceiro salário, abono do ponto eletrônico para as ausências no mês de maio e o reforço no suporte do PAPE, que acolhe não somente os funcionários, como as famílias, num atendimento 24 horas por dia. E o Banco do Brasil anunciou um pacote emergencial para ajudar os trabalhadores da empresa, incluindo os terceirizados, e clientes atingidos pela tragédia ambiental que assola o Rio Grande do Sul.
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