
O lucro líquido gerencial do Santander atingiu R$ 3,861 bilhões no 1º trimestre de 2025. O número representa crescimento de 27,8% em relação ao mesmo período de 2023. O lucro líquido cresceu 0,2% em relação ao trimestre anterior, quando o banco alcançou R$ 3,855 bilhões.
O retorno sobre o patrimônio do banco (ROE) anualizado ficou em 17,4%, com acréscimo de 3,3 pontos percentuais em doze meses. O crescimento do lucro no ano está atrelado à expansão da margem financeira em 7,7% em um ano e o incremento de 9,5% na margem com clientes.
O lucro global do banco no período foi de € 3,402 bilhões, com alta de 19% em doze meses. O Santander, contudo, deixou de publicar o resultado por regiões e não foi possível saber qual a participação da unidade brasileira.
“Todos os anos, o setor bancário segue batendo recordes de lucro, que tem relação direta com o trabalho da bancária e do bancário. No primeiro trimestre de 2025 não foi diferente para o Santander, que viu seu lucro crescer quase 30% em relação ao mesmo período de 2024. Mas isso não é impeditivo para o banco seguir demitindo e terceirizando, com a intenção de maximizar ainda mais seus lucros por meio da redução de direitos. Se trabalha no banco, é bancário e tem que ter os mesmos direitos conquistados na Convenção Coletiva da Categoria. Seguimos em campanha para denunciar à população e aos trabalhadores as práticas abusivas do Santander, que incluem a terceirização irrestrita e a retirada de direitos históricos dos bancários.”
Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander
Santander segue demitindo e fechando agências
As receitas com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias cresceram 2,0% em relação a março de 2024, totalizando R$ 5,470 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR, por sua vez, aumentaram 4,2% no período, somando cerca de R$ 3,2 bilhões. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco no 1º trimestre de 2025 foi de 171,5%.
A holding Santander encerrou o ano com 55.303 empregados, com a abertura de 93 postos de trabalho em doze meses, mas com fechamento de 343 postos no trimestre. A base de clientes aumentou 4,9 milhões em relação a março de 2023, totalizando 70,7 milhões. Quanto à estrutura física do banco, foram fechadas 299 lojas e 184 PABs em doze meses.
O número de clientes cresceu 4,9% nos últimos 12 meses, enquanto o número de trabalhadores manteve-se, praticamente, estável com variação de 0,2%. Com isto o conglomerado passou de 1.192 clientes para cada trabalhador, para 1.278 clientes por trabalhador.
“O Santander segue com sua política de fechamento de postos de trabalho e de agências, ao mesmo tempo em que aumenta sua base de clientes e seus lucros. Uma visão empresarial que favorece apenas os diretores e os acionista, mas que prejudica trabalhadores, que enfrentam a demissão ou a sobrecarga e o adoecimento causado elo excesso de trabalho e pelas metas abusivas. Já os cientes sofrem com o mau atendimento gerado pelo número insuficiente de bancários e de agências. Uma atitude incompatível e desrespeitosa com o país responsável pela maior parte do lucro global do Santander”, afirma Wanessa.
