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Metroviários aceitam proposta e fecham campanha

Linha fina
Em audiência na Justiça do Trabalho, Metrô ofereceu reajuste de 8,29%, o que daria uma perda de 0,05% considerando a inflação de 8,34% medida pelo INPC
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São Paulo – Em assembleia realizada na noite de segunda-feira 1º, os metroviários de São Paulo decidiram aceitar a proposta feita pela Companhia do Metropolitano (Metrô), na segunda audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região.

O índice de reajuste ficou em 8,29%, considerando a reposição da inflação medida pela Fipe, de 7,21%, a proposta daria ganho real de 1%. Mas se for levado em conta a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) que é de 8.34%, os metroviários tiveram uma perde de 0,05%.

O Metrô também ofereceu reajuste de vales alimentação (VA) e refeição (VR), para 10%. Assim, o VR vai de R$ 669,36 a R$ 735,90. Já o VA passa de R$ 290 para R$ 319, com a manutenção da cota extra atrelada ao 13º salário. A data-base da categoria é 1º de maio.

Os trabalhadores pediram também a reintegração dos demitidos na greve de 5 a 9 de junho de 2014, adicional de periculosidade para os orientadores de estação e reestruturação do plano de cargos e salários da categoria. Com exceção dos demitidos na paralisação do ano passado, os demais itens continuarão sendo discutidos no núcleo de conciliação do tribunal.

Metas – Um dos principais pontos de divergência na negociação foi a proposta da companhia de atrelar o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR) a um conjunto de metas não discutidas com os trabalhadores. O Metrô alega que precisa se adequar ao Decreto estadual 59.598, de 2013, que determina que a PPR não pode ter valor mínimo isento do cumprimento de metas.

Atualmente, se o trabalhador deixa de atingir as metas, recebe um valor mínimo pré-fixado. E elas se aplicam somente à parcela variável da PPR, que equivale a 40% do salário. Com a mudança, tanto a parcela fixa quanto a variável seriam afetadas, e deixaria de existir o valor mínimo, podendo deixar os trabalhadores sem o benefício.

Entre as metas apresentadas está o índice de satisfação do cliente, que tem de estar acima de 92%. Outro ponto é que a média de quilometragem rodada por cada trem, entre a ocorrência de falhas, tem de ser de 5 mil quilômetros. “Se as pessoas andam em trens lotados, com falhas, isso afeta a satisfação. Mas os trabalhadores não têm como interferir nisso. É uma questão de investimento. Isso só cabe à empresa”, criticou o secretário-geral do Sindicato dos Metroviários, Alex Fernandes.

A desembargadora Ivani Bramante, que faz a mediação nas reuniões, considerou incorreta a postura do Metrô. “As metas apresentadas escapam ao controle do trabalhador”, argumentou. Para ela, se o ponto não fosse resolvido em acordo, dificilmente passaria em um julgamento no TRT.

Após a mediação da desembargadora, os representantes do Metrô telefonaram para instâncias superiores do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Ficou definido que o Metrô vai pagar um valor mínimo da PPR, de R$ 5.263,90, sem incidência das metas, com pagamento total em 28 de fevereiro do ano que vem. As metas já estabelecidas vão incidir somente na parcela variável. A partir de 2016, as metas serão definidas conforme negociação entre trabalhadores e empresa, no núcleo de mediação do TRT. A PPR terá correção dos mesmos 8,29% do salário, aplicável tanto à parcela fixa como à variável.


Rede Brasil Atual, com edição da Redação – 2/6/2015
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