Pular para o conteúdo principal
Chapéu
CUT

Governo e patrões barraram denúncia de violações na OIT

Linha fina
Em manifesto a delegados da conferência internacional, entidade diz que continuará denunciando "governo corrupto e parlamento contaminado pelo dinheiro sujo"
Imagem Destaque
Foto: Crozet / Pouteau

São Paulo – "Apesar da extorsão patronal e governamental ter obtido um silêncio momentâneo", a CUT continuará "denunciando em todos os organismos internacionais, especialmente na OIT, para que a imundície de um governo corrupto e de um parlamento contaminado pelo dinheiro sujo de cartéis como a Odebrecht e a JBS seja, enfim, efetivamente democratizado". Foi desta maneira que a central reagiu ao impedimento da inclusão de 24 casos de violações (leia nota abaixo) ligadas à reforma trabalhista do governo Temer à Convenção 98 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A central responsabilizou a bancada patronal, aliada ao "governo do ilegítimo Michel Temer", pelo barramento dos itens, que seriam incluídos na chamada 'lista curta', a ser analisada pela Comissão de Aplicação das Normas da OIT. A Convenção 98 da OIT garante o direito de organização e negociação coletiva. 

"O caso brasileiro será retomado em todos os espaços possíveis, inclusive na reunião do Conselho de Administração da OIT, que ocorrerá em novembro", afirma o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa, presente à 106ª conferência da OIT, em Genebra, na Suíça, de acordo com matéria da Rede Brasil Atual.

A central informa que a prevalência do negociado sobre o legislado, um dos pontos que o governo Temer quer fazer virar lei no país por meio da reforma Trabalhista, já foi considerada pela Comissão de Peritos da OIT como ofensiva a convenções.

Nota de esclarecimento: Brasil é denunciado na OIT

As centrais sindicais brasileiras Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasil, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores – UGT e Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST presentes na 106ª Conferência Internacional do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho – OIT vêm a público esclarecer sobre a inclusão do Brasil na lista de casos de países que violam normas internacionais do trabalho. 

Este ano o Brasil consta da “lista longa” de 40 casos por violar a convenção 98 da OIT que trata sobre o direito de sindicalização e de negociação coletiva. Porém o caso brasileiro não foi incluido na chamada “lista curta” dos 24 casos a serem analisados na Comissão de Aplicação de Normas da OIT nesta Conferência. 

A denúncia que as centrais brasileiras fizeram ecoou na Comissão de Aplicação de Normas da OIT, tendo amplo apoio de organizações de trabalhadores de diversos países. Além disso, o caso não será arquivado, como falsamente foi divulgado pela imprensa. Pelo contrário, ele será retomado em qualquer um dos órgãos de controle da OIT e caso o projeto de lei de reforma trabalhista seja aprovado, se consolidará como nova denúncia na próxima Conferência da OIT em 2018. 

A OIT é uma organização tripartite e a inclusão na lista de casos a serem analisados é feita sempre por consenso entre as representações de todo o mundo. A posição defendida pelo setor patronal e o governo brasileiro em conjunto com o capital internacional para que o Brasil não entrasse na lista de casos da OIT deste ano comprova  a estratégia de desregulação e precarização das relações de trabalho no Brasil e no mundo, estrategia que tem sido constantemente denunciada pelas centrais brasileiras e confederações sindicais internacionais.

Diferentemente do que disse o relator da proposta de reforma trabalhista, deputado federal Rogerio Marinho (PSDB), em Genebra, Suica e divulgado pela imprensa brasileira, a OIT, por meio da Comissão de Peritos e do seu Departamento de Normas declarou que a proposta de reforma trabalhista infringe, sim, as Convenções 98, 151 e 154, ao prever que negociações entre patrões e empregados se sobreponham a lei. 

Vale destacar que frente ao grave cenário de ataques a direitos sociais, trabalhistas e sindicais, as centrais brasileiras convocaram um ato público e unitário para o dia 12 de junho, às 18 horas, em frente à Organização das Nações Unidas – ONU na Place des Nations em Genebra, Suiça ainda no marco da Conferencia Internacional do Trabalho da OIT. O ato denunciará os ataques aos direitos da classe trabalhadora, a organização sindical e a crescente violência promovida pelo Estado brasileiro. 

Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasil
Força Sindical
União Geral dos Trabalhadores – UGT
Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST

seja socio