Em mais um ato de lesa-pátria, a Petrobras divulgou oficialmente, nesta segunda-feira 25, que fez um acordo com investidores americanos, acionistas e detentores de títulos da estatal, para tentar acabar com uma ação coletiva contra a empresa. A reportagem é da CUT.
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Apesar de aprovada "de forma definitiva" pela Corte Federal de primeira instância em Nova Iorque, a própria Petrobras reconheceu que a ação coletiva (Class Action) nos Estados Unidos não está encerrada e que a decisão pode ser objeto de recurso à Corte de Apelações do Segundo Circuito.
A “Class Action” foi movida por investidores da estatal em decorrência de perdas provocadas pelo suposto envolvimento da companhia nos supostos desvios investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) questiona o valor da indenização de R$ 10 bilhões, sete vezes maior do que o R$ 1,4 bilhão que a Operação Lava Jato recuperou para a companhia. Para o coordenador geral da FUP, Simão Zanardi, a decisão da estatal mostra a subserviência da Petrobras frente ao mercado financeiro internacional.
“É um absurdo a Petrobras pagar os fundos abutres sem pagar também os acionistas brasileiros. O correto seria pagar a todos os acionistas, não apenas os residentes nos Estados Unidos. Isto é um crime”, declara.
Segundo o dirigente, embora tenha anunciado oficialmente o acordo somente na segunda-feira 25, a decisão de pagar os acionistas norte-americanos foi do ex-presidente da estatal Pedro Parente, que já havia dito que queria “ficar bem” no mercado internacional.
“Nada justifica pagar uma ação sem julgamento final, sem que tenham se esgotado todos os recursos. A Petrobras tem várias ações já transitadas e julgadas na área trabalhista, tem dívidas de impostos no Brasil e a empresa não paga, mas paga para bancos e acionistas dos Estados Unidos”, denuncia Zanardi.
Para ele, os 10 bilhões de reais pagos aos norte-americanos quitam o apoio que os Estados Unidos deram à Operação Lava Jato e, consequentemente, ao golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, eleita democraticamente com mais de 54 milhões de votos.