A chapa vitoriosa na eleição da Previ, apoiada pelo Sindicato, empossada na sexta-feira 1º de junho era a única que tinha “associados” no nome, obteve sinal verde para participar do processo eleitoral, mas sua vitória foi reprovada pelo fundo de pensão de funcionários do Banco do Brasil de forma atabalhoada. Paula Goto, eleita diretora de Planejamento, apresentou todos os certificados para a sua posse. Contudo, a Previ impediu sua posse e cerceou suas funções.
O fundo foi comunicado pelo governo federal que Paula fora habilitada para o exercício do mandato de dirigente, mas não para desempenhar a função de Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado (AETQ), que é um dos atributos da Diretoria de Planejamento da Previ. A função é responsável, entre outras coisas, pela área de risco e satisfação dos investimentos da instituição. Cabe ao dirigente reportá-los a órgãos do governo para que o fundo de previdência preserve sua autossuficiência, visando alocar os seus recursos da melhor forma. Veja abaixo carta do Conselho Deliberativo eleito da Previ.
“Sem justificativas plausíveis na sua avaliação, a instituição quer a vacância do cargo, mesmo podendo atribuir a função a qualquer outra pessoa também habilitada. O AETQ pode ser atribuído a outro diretor. A Previ quer impedir a posse e, com isso, colocar a decisão dos eleitores de lado”, salienta o dirigente sindical e funcionário do BB Davi Basso, eleito para o Conselho Consultivo Previ Futuro.
“Quem ganhou que tome posse. E quem perdeu que se contente. A defesa da posse de Paula Goto é a defesa da Previ para os associados”, acrescenta.
Segundo Davi Basso, surpreende os dirigentes eleitos votarem junto com o banco para negar a posse da diretora eleita. “É uma retaliação por perder o mandato, prática similar dos que hoje estão saindo e não se conformam com o resultado da eleição”, finaliza.
“Previ: Representantes eleitos pelos associados tomaram posse
Tomaram posse nesta sexta feira o novo diretor de Administração da Previ, Márcio de Souza, e os conselheiros deliberativos, fiscais e consultivos dos planos 1 e Previ Futuro, eleitos pelos associados. Todos os representantes escolhidos democraticamente pelos associados atendem os requisitos previstos no estatuto e no regulamento eleitoral, apresentaram a documentação necessária e foram habilitados pela PREVIC para o exercício dos cargos respectivos.
A diretoria da Previ impediu a posse da diretora de Planejamento eleita, Paula Goto, numa atitude equivocada que descumpre a legislação, o estatuto e os normativos internos da Previ. Paula apresentou a documentação exigida, tem formação acadêmica e experiência profissional, está certificada para o exercício do cargo tanto pela Anbima (CPA20) quanto pelo Instituto de Certificação da Previdência Complementar (ICSS).
Paula foi habilitada pela PREVIC para exercer suas atividades na diretoria de Planejamento. Mas não para responder como Administradora Estatutária Tecnicamente Qualificada (AETQ), o diretor designado pela Previ para responder pelos investimentos junto ao órgão fiscalizador. Como a PREVIC habilitou Paula para o mandato na diretoria de planejamento, a Previ não pode impedir sua posse. A diretoria pode, inclusive, nomear outro diretor para ser o AETQ.
Nós, dirigentes eleitos da Previ, votamos a favor da posse e estamos convictos que os dirigentes que impedem a posse da Paula afrontam a legislação e os estatutos. Tomaremos as medidas necessárias para garantir que a vontade dos associados seja respeitada.
Marcel Barros, diretor de Seguridade eleito
Carlos Alberto Guimarães, Wagner Nascimento, Rafael Zanon e Odali Dias, conselheiros deliberativos eleitos”