Um mês após a tragédia do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou em um incêndio em 1º de maio, as famílias desabrigadas ainda estão acampadas no Largo do Paissandu, e denunciam o descaso por parte do Poder Público. Na quinta-feira 31, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) obteve liminar da Justiça determinando que a secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads) da Prefeitura de São Paulo apresente relatório detalhado sobre o atendimento prestado às famílias. A reportagem é da RBA.
A determinação de instalação de 21 banheiros químicos com chuveiros não foi cumprida. A Smads informou que, até o momento, 144 famílias já começaram a receber o auxílio-moradia – R$ 1.200,00 no primeiro mês e R$ 400,00 a partir do segundo, durante um ano –, mas os moradores contestam e dizem que até agora apenas 26 famílias foram cadastradas, mas ainda não receberam o auxílio.
Eles reclamam ainda que os valores são insuficientes para custear o aluguel em áreas do Centro, próximas aos locais de trabalho e das escolas utilizadas pelas famílias, que reivindicam um imóvel na região central.
“Estamos em situação de rua, dependendo do povo brasileiro, porque os governantes deixaram a gente na mão. Se não fosse o povo brasileiro, não sei como seria”, diz o conferente Rafael Alves Pinto, em entrevista ao repórter Leandro Chaves, para o Seu Jornal, da TVT. "Bem pouco alimento, pouca água. Mas a gente está precisando mesmo é da moradia. Se a gente tivesse sido atendido, não precisava estar aqui."
"Começou muito bagunçado, houve muita bateção de cabeça entre os órgãos da prefeitura, e, até agora, eles não conseguiram fechar definitivamente esse cadastro. Por isso que é difícil de falar de quantas famílias, em números e tudo mais", assinala o advogado Benedito Barbosa, do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos.