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Infarto de bancário do Itaú expõe precariedade de prédio

Linha fina
Centro Empresarial do Aço não conta com ambulatório e apresenta problemas de infraestrutura, como falhas no sistema de ar-condicionado; bancários também denunciam assédio moral decorrente de metas abusivas e Sindicato cobra soluções para os problemas
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Foto: Divulgação

O Centro Empresarial do Aço, edifício comercial próximo à matriz do Itaú que abriga muitas operações do banco e cerca de 500 funcionários da instituição financeira, tem sido palco de uma série de problemas que afetam os trabalhadores. 

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Um bancário sofreu um infarto no dia 5 de junho naquele prédio, que não conta com ambulatório. Segundo relatos, o bombeiro não tinha preparo para prestar os primeiro socorros e preferiu aguardar a chegada do Samu.  O funcionário teve de ser levado no carro de um colega para o hospital.  Apenas no centro médico foi constado que o enfermo estava sofrendo uma parada cardíaca. 

“Questionamos o banco sobre o procedimento adotado em situações como essa e nos informaram que o funcionário que estiver passando mal deve se dirigir até o ambulatório do Ceic [matriz], localizado a cerca de 200 metros do Centro Empresarial do Aço, do outro lado da avenida.

Diante dessa ocorrência, fica evidente que esse não é o procedimento adequado”, afirma a dirigente sindical e bancária do Itaú Elaine Machado.  

Os bancários também se queixam de outros problemas. O ar-condicionado do Centro Empresarial do Aço apresenta mau funcionamento. Segundo relatos, as temperaturas estão sempre muito acima ou muito abaixo do suportável. 

A essa situação se soma outro problema que é alvo constante de reclamações dos trabalhadores: o assédio moral decorrente das metas abusivas. Bancários com jornadas de seis horas relatam que estão sendo forçados a desempenhar funções que não os competem.

Segundo informações de uma bancária, essas funções incluem atendimento receptivo (em media atendimento de 30 ligações), atendimento ativo (15 clientes novos), simulações para clientes novos e já encanteirados de outros analistas, contato com vendedores para solicitação de documentos, emissão de autorização de faturamento, emissão de contrato, envio de e-mail para gerentes informando sobre o andamento do financiamento, atendimento de clientes na concessionária, preenchimento de mascara solicitando redução de taxa de juros. 

“E tudo isso sem colocar pausas, pois se colocarmos, somos chamados na sala com a coordenadora e a gerente e ameaçados: ‘existem milhares de desempregados querendo seu lugar’. E todos os dias a supervisora passava perguntando qual foi a produção, e qual era a previsão. Quando ela não gosta, diz que é ‘preocupante’, nos deixando amedrontados. Até pra ir ao banheiro a minha supervisora não gosta muito. Ah, mais uma coisa: a gente faz horas a mais. E depois eles pedem pra gente incluir na folha de ponto uma pausa que não existiu”, relata a trabalhadora. 

“São práticas que caracterizam desvio de função, pois essas atividades são específicas dos bancários que cumprem jornadas de oito horas. Além disso, demonstram assédio moral e desrespeitos à Norma Regulamentadora que exige pausas para os atendente de call center. É um festival de abusos e reivindicamos providências do Itaú, tanto para o desvio de função, quanto para os problemas no ar-condicionado e também com relação a falta de estrutura clínica naquele prédio. Do contrário, vamos deflagrar ações sindicais”, afirma Elaine. 

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