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Chapéu
Irresponsabilidade

Coronavírus: Santander ignora risco de contaminação

Linha fina
Sindicato esteve em agências e prédios administrativos do banco com casos confirmados da Covid-19 e constatou uma série de irregularidades, entre elas a demora em higienizar locais e afastar os trabalhadores que tiveram contato direto com pessoas infectadas
Imagem Destaque
Foto: Seeb-SP

A irresponsabilidade do Santander ante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) parece não ter limites. Em maio, o Sindicato visitou agências com casos confirmados e constatou que o banco, em muitos casos, não afasta todos os trabalhadores que tiveram contato direto com funcionários infectados e ainda demora para sanitizar ou não realiza a higienização nestes ambientes. O Santander alega que em 72 horas o vírus morre por si só e que se neste período não houver sintomas entre as pessoas, é sinal de que elas não foram contaminadas. O problema é que o banco tem ignorado os assintomáticos e também não tem agido para prevenir o contágio, o que é seu dever. 

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Alguns exemplos da negligência do Santander:

No prédio Conexão-SP, onde ao menos três gerentes digitais tiveram o diagnóstico confirmado para a Covid-19 no mesmo andar, a higienização demorou muito, o que gerou muita apreensão entre os trabalhadores.

No Vila Santander, um funcionário do atendimento SAC 1º nível teve diagnóstico da Covid-19 confirmado na segunda-feira 1º. Embora o trabalhador tenha sido afastado antes, desde a suspeita, seus colegas de equipe (pessoas que trabalharam diretamente com ele) só foram dispensados do trabalho na terça-feira 2, um dia após o diagnóstico. Neste caso, a demora na implementação do protocolo recomendado por autoridades sanitárias gerou um risco maior de contaminação, o que causou muita apreensão entre os funcionários.

Na agência Taboão, o banco convocou trabalhadores de outras agências sem a desinfecção do local. E apenas após a intervenção do Sindicato, que fechou a agência, é que o banco higienizou o local.

Na agência 2064, da Alameda Vicente Pinzon, o Santander não afastou os trabalhadores que tiveram contato com o bancário contaminado, não desinfectou o local e ainda abriu a agência com apenas duas pessoas. Após a intervenção do movimento sindical, o local foi fechado e os trabalhadores, afastados.

Na agência 2200, na Avenida Santo Amaro, além do não afastar quem teve contato e de não desinfectar a agência, a vítima com diagnóstico da Covid-19 confirmado voltou ao trabalho antes do prazo de quarentena. E só foi definitivamente afastada após intervenção do Sindicato.

“Estamos preocupados com o tempo que o banco leva para informar as equipes, afastar os trabalhadores e desinfectar os locais contaminados. O contágio pelo coronavírus ocorre de forma acelerada, multiplicou em cinco os casos fatais no país em apenas um mês. A doença já infectou cerca de 560 mil pessoas no Brasil, ceifando mais de 31 mil vidas”, enfatiza o dirigente sindical Fernando Mattos, bancário do Santander.

“Enquanto estivermos presos a denúncias, contatos e protocolos para que medidas efetivas sejam tomadas, corremos o risco de que mais pessoas sejam infectadas, de que mais trabalhadores sejam afastados e de que mais pessoas tenham suas vidas interrompidas. Sejamos o exemplo a ser seguido e tenhamos o mesmo empenho da direção executiva do Santander da Espanha”, acrescenta.

Segundo o dirigente, o Sindicato cobrou da direção do Santander que os trabalhadores sejam afastados ao primeiro sinal suspeito da doença. “Além disso, solicitamos a desinfecção dos locais informados e também nos possíveis locais de uso comum destes trabalhadores colegas de bancários contaminados. Que seja este o procedimento adotado sempre que houver suspeita ou confirmação dos casos”, finaliza Mattos.

Além de denunciar irregularidades relativas ao coronavírus nos bancos ao Sindicato (veja como fazê-lo abaixo), os bancários também podem contatar a Vigilância Sanitária, por meio do telefone 156. 

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