A categoria bancária definiu neste domingo (12), as reivindicações da Campanha Nacional Unificada que serão entregues à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 15 de junho.
Entre as prioridades apontadas pela categoria estão o reajuste com inflação mais aumento real de 5% (INPC na data-base), manutenção dos direitos e dos empregos, aumento da PLR, combate ao assédio moral e fim das metas abusivas.
A definição da pauta final de negociação começou no mês de maio, com a consulta aos bancários e os debates nas conferências estaduais. Neste fim de semana, durante a 24ª Conferência Nacional, em São Paulo, cerca de 856 delegados (presencial e online) que representam trabalhadores de bancos públicos e privados de todo o país, definiram os itens para a Campanha Nacional Unificada 2022.
"Nossa campanha começou em maio, com a consulta à categoria, e em seguida as conferências estaduais e hoje finalizamos a Conferência Nacional. O resultado da consulta reflete a real necessidade da categoria. Nas cláusulas econômicas, as principais reivindicações foram por aumento real, PLR maior, e reajustes no vale-alimentação e refeição. Entre as cláusulas sociais, a consulta apontou também o fim das demissões, manutenção dos direitos e o combate ao assédio moral. E destaca como a atual política dos bancos compromete a saúde dos empregados: um terço dos bancários responderam que usam medicamentos controlados”, destaca Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
Consulta – Mais de 35 mil bancários responderam à consulta nacional sobre as prioridades da Campanha. Quando perguntados sobre as prioridades em relação às cláusulas econômicas, na qual os bancários poderiam marcar três opções, a mais citada foi o aumento real nos salários (92%), seguido por reajuste diferenciado do VR e VA (62%); e aumento da PLR (58%). Em relação às cláusulas sociais, a resposta mais frequente foi a manutenção dos direitos (71%); seguida do tema emprego (45%); e combate ao assédio moral (31%).
Outro dado que chama muita atenção é o uso de medicamentos controlados como ansiolíticos, antidepressivos e estimulantes pela categoria bancária. Mais de um terço dos bancários que responderam a consulta, 35,5%, afirmaram que utilizam esses medicamento.
A classe trabalhadora aprovou uma pauta de reivindicações que está sendo apresentada aos candidatos, para garantir empregos, recuperar direitos trabalhistas e previdenciários e fortalecer a representação sindical. Para 84,3% dos participantes da consulta, é muito importante eleger, nas eleições deste ano, candidatos à Presidência e ao Congresso Nacional, comprometidos com as pautas dos trabalhadores.
“As reivindicações da categoria são importantes, mas a consulta nos mostrou também que os bancários estão preocupados com o que acontece no país e querem um Brasil mais justo, com equidade, sem preconceito e discriminação. Um país com mais emprego, mais investimentos em saúde e educação. Um país que valorize os trabalhadores e que, por isso, acham importante o debate sobre as eleições e a conjuntura sociopolítica e econômica do país. Por isso, a Conferência aprovou como eixo de luta a eleição de Lula contra o fascismo e retrocessos sociais, políticos e econômicos”, afirmou Ivone Silva.
“Mais do que recompor a inflação, os bancários, que trabalharam para garantir lucros aos bancos, querem ter aumento real em seus salários e a manutenção de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho em vigência”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, ao lembrar que o lucro somado dos cinco maiores bancos do país (Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) alcançou R$ 27,6 bilhões entre o final de março de 2021 e o final de março de 2022, crescimento de 17,5% no período.
Emprego – A defesa do emprego é uma das prioridades da Campanha 2022. "Desde o início da pandemia tivemos o fechamento de quase 6 mil postos de trabalho nos cinco principais bancos. Além da rotatividade, o salário médio do trabalhador demitido é cerca de 22% inferior ao salário médio do trabalhador desligado. Você acha justificável que um setor que lucra mais de R$ 27,6 bi no trimestre demita milhares de trabalhadores para reduzir custos?”, questiona Ivone Silva, secretária geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.