O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região protestou contra a política abusiva de juros, que penaliza a população brasileira e beneficia os banqueiros. O ato convocado pela CUT e demais centrais sindicais foi realizado em frente à sede do Banco Central, em São Paulo, na Avenida Paulista, na manhã desta terça-feira 14.
Em reunião que começa também nesta terça-feira 14, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve elevar a Selic (a taxa básica de juros) em 0,50 ponto porcentual - de 12,75% para 13,25% ao ano.
“Hoje, no país, 70% das famílias estão endividadas por conta da alta de juros que chega a 350% ao ano no rotativo do cartão de crédito, e muitas dessas famílias estão parcelando até alimentos. Essa política aplicada por Bolsonaro e Paulo Guedes trouxe para a população a fome, a miséria e a morte.”
Marta Soares, secretária de Imprensa do Sindicato dos Bancários e bancária do Itaú
O BC vem elevando sistematicamente a taxa de juros desde maio de 2021 a fim de tentar conter a inflação – juros mais altos resultam na retração do consumo da população, o que ajuda a frear a alta de preços.
Se confirmado o aumento, será o décimo primeiro avanço consecutivo da Selic, e se a taxa aumentar para 13,25%, como preveem os analistas de mercado, será o maior patamar desde novembro de 2017.
A Selic é a taxa básica de juros, mas, na prática, os juros cobrados no mercado – bancos e comércio – é muito maior, chegando a 355% ao ano no rotativo do cartão de crédito, por exemplo.
“A sociedade brasileira precisa se perguntar a quem interessa a autonomia do Banco Central: a banqueiros, rentistas e acionistas. Hoje, qualquer cidadão que tiver possibilidade de estar nas ruas e nas redes sociais precisa se solidarizar com o desaparecimento do Bruno Pereira e Dom Phillips. Nossa solidariedade aos familiares destes seres humanos tão especiais. Precisamos direcionar a nossa indignação para os 33 milhões de pessoas passando fome, e mais de 100 milhões que sofrem com algum grau de insegurança alimentar”, acrescenta Marta.
“Em outubro nós queremos mudanças e precisamos eleger parlamentares que dialogam com a classe trabalhadora”, finaliza a dirigente.