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Chapéu
Jornada internacional

Chega de demissões e terceirizações, Santander! Bancários latino-americanos protestam em defesa do emprego

Imagem Destaque
Imagem  mostra dirigentes sindicais em frente ao prédio da Torre Santander portando uma faixa onde se lê "Santander, o exterminador de empregos" e outra onde se lê "santander, exterminador de agências"

Chega de demissões! Chega de terceirização e precarização! Chega de assédio e de práticas antissindicais! Onde há abuso, há resistência! Onde há injustiça, há organização!

Com este mote, bancários do Santander de todo o Brasil, ao lado de seus sindicatos, se juntaram a trabalhadores do banco espanhol da Argentina, do Chile, do Uruguai e do Peru para denunciar as práticas abusivas da direção da instituição financeira representadas pelo fechamento de agências; pelas demissões, terceirização e precarização das condições de trabalho; pela piora do atendimento e por práticas antissindicais.

Em São Paulo, as atividades se concentraram na Torre Santander, como é chamada a sede do banco espanhol no Brasil e onde trabalham mais de três mil empregados. A atividade teve apoio dos sindicatos dos bancários de São Paulo, de Guarulhos e de Jundiaí, e da Afubesp.

Durante o ato foi lançada também a campanha nacional “Santander, o exterminador de empregos”, que denunciará, no Brasil, o fechamento de agências, as demissões e a terceirização.

“Como todos os bancos, o Santander é uma concessão pública e deve realizar o atendimento bancário indistintamente à toda a população, mas ao invés disso, a direção brasileira da instituição tem fechado agências e postos de trabalho, precarizando, com isso, as condições tanto para clientes como para bancários”, afirma Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE Santander).

Fraude na contratação

Somente no Brasil, a holding Santander encerrou 2024 com 55.646 empregados, o que representa abertura de apenas 35 postos de trabalho em doze meses.

Importante ressaltar que esse pequeno crescimento de vagas, ou mesmo o número total de trabalhadores do Santander não reflete a categoria bancária, porque a filial brasileira do banco espanhol tem transferido bancários para outras empresas do mesmo grupo.

Esta é uma forma de fragmentar e enfraquecer a representação sindical da categoria, visando a redução dos direitos e dos salários. Este é um dos motivos que levaram os trabalhadores do Santander a protestar no Brasil nesta quinta-feira 28.

Mais clientes e menos agências e bancários

Em 2024, a base de clientes a instituição financeira, por sua vez, aumentou 2,5 milhões em relação a 2023, totalizando 68,9 milhões. O número de clientes cresceu 4% entre 2024 e 2023, enquanto o número de trabalhadores aumentou apenas 0,06%. Com isto o banco passou de 1.192 clientes para cada trabalhador, para 1.237 clientes por trabalhador.

Quanto à estrutura física do banco, foram fechadas 247 lojas e 166 postos de atendimento bancários (PABs) em doze meses.

Apesar de o Santander não informar o número de agências físicas em seu balanço, na relação de agências presente no site do Banco Central, em novembro de 2024, o banco possuía 2.433 agências físicas enquanto, em dezembro de 2023, havia 2.529 unidades. Ou seja, uma redução de 96 agências em um ano.

“Mesmo com a base de clientes tendo crescido em mais de 2,5 milhões, o Santander segue fechando agência, dificultando o atendimento a grande parcela da população, sobretudo as mais idosas ou com menos condições financeiras, que não têm condições financeiras ou conhecimento para acessar os canais virtuais. Essa política caracteriza evidente exclusão bancária”, critica Wanessa.

Mobilizações se intensificarão

A Jornada Internacional de Luta Banco Santander, nome da mobilização internacional, foi convocada pela rede Sindical Internacional da UNI Américas Finanças, e foi organizada por entidades representativas dos bancários nas Américas.

“As mobilizações se intensificarão para pressionar o Santander a adotar nova postura por meio da abertura de postos de trabalho e de agências a fim de atender melhor a população e reduzir a sobrecarga de trabalho para os bancários, os verdadeiros responsáveis pelo aumento de quase 50% do lucro somente em 2024. Cobramos mais respeito do banco espanhol no Brasil e na América Latina, de onde a instituição espanhola retira grande parte do seu lucro global. Não somos mais colônia, e o Santander precisa se dar conta disso”, finaliza a dirigente.

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