Pular para o conteúdo principal

Combate ao assédio moral em debate com os bancos

Linha fina
Sindicato participa de avaliação de instrumento de prevenção ao conflito no ambiente de trabalho, conquista da categoria
Imagem Destaque

São Paulo – Conquista importante da categoria, o instrumento de prevenção e combate ao assédio moral foi discutido entre sindicatos e a federação dos bancos (Fenaban), na quinta 24.

Os representantes dos trabalhadores –  integrantes do Comando Nacional dos Bancários e do Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador – avaliaram positivamente o instrumento conquistado na Campanha Nacional de 2010. O canal, previsto pela 56ª cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho, direciona as denúncias de conflitos, principalmente assédio moral, e os bancos têm prazo para apurar e  responder as queixas. É sempre mantido o sigilo dos trabalhadores.

Para o diretor executivo do Sindicato Dionísio Reis, a avaliação, feita semestralmente frente às instituições financeiras, teve saldo positivo. "Tem mais bancos aderindo e mais bancários utilizando o canal. Isso demonstra a credibilidade do instrumento", afirma o dirigente.

Hoje são dez as empresas que aderem ao instrumento. Já o aumento de participação dos trabalhadores é confirmado por levantamento do Sindicato, que mostra: apenas no primeiro semestre deste ano foi recebida praticamente a mesma quantidade de denúncias de todo o ano de 2013. "Esse ano já recebemos 594 denúncias relativas a assédio moral, sendo que, no ano passado inteiro, foram 595", conta Dionisio.

Cobranças – O dirigente apontou demora nas respostas, já que, desde 2011, do total das denúncias enviadas, os bancos extrapolaram o prazo acordado em quase metade dos casos.

"Avançamos na Campanha do ano passado ao reduzir o tempo que os bancos tinham para nos retornar. De qualquer forma, eles ainda demoram", explica. As empresas tinham 60 dias para apurar e responder ao Sindicato. Na Campanha Nacional de 2013, o instrumento ganhou agilidade e o prazo passou para 45 dias.

Outra cobrança feita pelo representante sindical foi sobre a falta de informações relativas  às medidas tomadas caso a caso. "Reivindicamos que os bancos respondam por escrito e sejam objetivos com relação ao que foi feito para combater o assédio moral nas suas dependências. Muitas vezes, as respostas são vagas, como se as instituições financeiras quisessem esconder a prática de assédio moral", conta.

Do total de auxílios-acidentários registrados em 2013 pelo INSS, 52,7% tiveram como causas principais os transtornos mentais e do sistema nervoso.


Mariana Castro Alves – 25/7/2014

seja socio