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Bradesco lucra R$ 8,7 bilhões no semestre

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Mesmo com crescimento de 20,6% em relação aos primeiros seis meses de 2014, banco extingue postos de trabalho; foram 1.074 cortes apenas entre abril e junho
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São Paulo – O Bradesco teve lucro líquido ajustado de R$ 8,778 bilhões no primeiro semestre deste ano. Isso representa crescimento de 20,6% em relação ao lucro líquido ajustado do mesmo período de 2014, que foi de R$ 7,277 bilhões. Os dados são do balanço divulgado pelo banco na quinta-feira 30.

Mesmo diante de bons resultados, a instituição financeira mantém a política de cortes de emprego. Em 12 meses (de junho de 2014 a junho de 2015), foram extintos 5.125 postos de trabalho. Desse total, 2.431 se deram em função da venda da Scopus Tecnologia para a IBM, em dezembro de 2014. Mas apenas em três meses, de abril a junho, o Bradesco fechou 1.074 vagas. Com isso, o número de contas correntes por funcionário passou, em 12 meses, de 268 para 282.

“O Bradesco tem resultados excelentes, ganhando com altos juros e tarifas cobrados do consumidor, e devolve desemprego à sociedade. Não é justo com o país, não é justo com clientes e usuários frequentemente barrados nas portas das agências, nem com os funcionários, que estão sobrecarregados e sendo constantemente pressionados a bater metas absurdas de vendas”, denuncia a diretora executiva do Sindicato e bancária do Bradesco Neiva Santos.

A dirigente lembra que contratações e fim das demissões são prioridades na Campanha Nacional Unificada 2015 e na campanha de valorização dos funcionários, cujo tema deste ano alude à propaganda do banco, reforçando que BRA mesmo é atender às reivindicações dos bancários e melhorar as condições de trabalho. Entre os itens da pauta específica, entregue à direção do Bradesco no dia 23 de junho, estão a exigência de pelo menos quatro caixas por agência; estabilidade no emprego em eventuais fusões ou aquisições; realocação de funcionários em casos de reestruturação de setores e fechamento de locais de trabalho.

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“Com esse lucro, dá tranquilamente para o banco atender às nossas reivindicações. Por isso vamos continuar mobilizados na campanha e cobrando a instituição financeira”, reforça Neiva.

O número de agências do banco passou de 4.680 em junho de 2014 para 4.628 em junho de 2015, ou seja, foram fechadas 52 agências. Enquanto o banco fecha agências, abre mais correspondentes bancários: no mesmo período, o número de correspondentes passou de 48.186 para 50.042, aumento de 1.856.

Outros dados – As receitas de tarifas e prestação de serviços cresceram 13,4% chegando a R$ 11,8 bilhões. Com isso, o banco cobre 167% das despesas de pessoal no primeiro semestre de 2015. Essa cobertura era de 155% no primeiro semestre de 2014. As despesas de pessoal cresceram apenas 5%.

Os ativos totais do banco registraram saldo de R$ 1,030 trilhão em junho de 2015, crescimento de 10,6% em relação a junho de 2014.

A carteira de crédito expandida, em junho de 2015, atingiu R$ 463,406 bilhões, com evolução de 6,5% em relação ao saldo de junho de 2014. As operações com pessoas físicas totalizaram R$ 143,461 bilhões (crescimento de 6,2% em relação a junho de 2014), enquanto as operações com pessoas jurídicas atingiram R$ 319,945 bilhões (crescimento de 6,6% em relação a junho de 2014).

O índice de inadimplência superior a 90 dias encerrou 30 de junho de 2015 em 3,7%, ante 3,5% 12 meses antes.

As receitas de títulos e valores mobiliários, indexados pela taxa básica de juros, acompanharam os sucessivos aumentos da Selic e cresceram 45%, atingindo R$ 22 bilhões nos primeiros seis meses do ano.

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Andréa Ponte Souza – 30/7/2015
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