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São Paulo – Além de mais recursos, os cerca de 1,2 mil médicos residentes do Hospital São Paulo (HSP) reivindicam participação na gestão administrativa e financeira no hospital vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Em greve desde o dia 23 de junho contra dificuldades financeiras que levaram à redução no quadro de funcionários e no estoque de materiais e medicamentos, eles cobram também transparência dos gestores quanto à administração dos recursos repassados pelo governo federal – em maior volume – e também pelo estadual.
"Temos insistido com o conselho gestor que torne claro e público o que acontece com os recursos que aqui chegam. Aliás, nem cadeira no conselho os residentes têm. Esse é um ponto que faz parte do nosso movimento", disse Diego Garcia, presidente da Associação dos Médicos Residentes de São Paulo (Ameresp).
O conselho gestor do HSP conta com três representantes do Conselho Administrativo da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), organização social (OS) presidida pelo psiquiatra Ronaldo Laranjeira: os médicos Denise de Freitas, Gaspar de Jesus Lopes Filho e Walter José Gomes.
Embora a SPDM firme convênios com o Ministério da Saúde para obtenção de recursos para obras de ampliação e compra de equipamentos, é uma superintendência que responde pelo HSP.
Trata-se de uma situação semelhante à da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. E confusa. Um hospital universitário, gerido por uma OS, que atende pelo Sistema Único de Saúde, recebe recursos federais e estaduais, se encontra em sérias dificuldades financeiras, não abre as contas e não fala com a imprensa senão por meio de notas oficiais. A principal diferença é se tratar o HSP de um hospital universitário vinculado a uma universidade federal.
De acordo com a Ameresp, em reunião entre o comando de greve e o conselho gestor do hospital, na última sexta-feira, havia sido acordado entre as partes o repasse de R$ 3 milhões somente para a resolução deste item. No entanto, no documento oficial de contraproposta do HSP o valor para compra de remédios foi excluído.
“Além disso, o documento faz menção a um estoque de medicação capaz de atender a demanda até dezembro de 2015, o que é sabidamente não verdadeiro, já que medicamentos básicos, como anfotericina B, aciclovir, fluco EV, protamina, atrovent e enteroclisma estão em falta no hospital. Inclusive tem sido negada a liberação da lista de medicamentos aos residentes para que não haja transparência sobre a falta destes em estoque”, lembra Diego Garcia.
Ontem, os residentes encaminharam carta ao ministro da Saúde Arthur Chioro, na qual pedem providências do governo federal, bem como sua pressão sobre outras instâncias. Eles expõem o aumento no número de atendimentos realizados nos últimos anos sem o devido aumento nas verbas para manter a qualidade nas cirurgias, procedimentos e consultas que se tornou característica do maior hospital universitário brasileiro. E que, além disso, um corte no orçamento da Universidade, que chega a 40% – fora repasses menores também pelo governo estadual – levaram à redução no quadro de funcionários e também a desabastecimento de medicamentos e materiais.
Em reunião por teleconferência com a reitora Soraya Smaili, médicos e estudantes da Unifesp na tarde de ontem, Arthur Chioro ressaltou a regularidade dos repasses federais para a unidade de saúde e anunciou a liberação adicional de R$ 5,9 milhões, totalizando adicional de R$ 18 milhões do governo federal somente este ano.
Em 2014 foram repassados R$ 180 milhões para custeio do atendimento, manutenção e melhoria da infraestrutura por meio do Fundo Estadual de Saúde de São Paulo, a maior parcela, de R$ 108 milhões, é para custear o atendimento da população pelo SUS. Outros R$ 49,6 milhões são de incentivo, para a qualificação do atendimento, e R$ 22,7 milhões, do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf). Entre 2012 e 2013, o HSP foi contemplado com R$ 53,2 milhões referentes ao Rehuf.
Chioro reforçou que o financiamento do HSP, assim de como qualquer outro estabelecimento de saúde, é de responsabilidade compartilhada entre as três esferas de governo.
Segundo ele, o serviço prestado pela unidade no Sistema Único de Saúde (SUS) é regido por meio de um contrato firmado com o gestor estadual (Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo), que complementa o financiamento.
No último dia 18, o secretário estadual de Saúde, David Uip, anunciou o repasse adicional de R$ 3 milhões. O valor, no entanto, só será repassado ao hospital se o conselho gestor da unidade garantir a prestação de serviços imediata à população. Em 2014, o estado havia repassado R$ 5 milhões.
Procurada, a superintendência do HSP não falou com a reportagem. Por meio de nota, informou que o conselho gestor tem se reunido com os grevistas e que as providências estão sendo tomadas.
Cida de Oliveira, da Rede Brasil Atual - 2/7/2015
Em greve desde o dia 23 de junho contra dificuldades financeiras que levaram à redução no quadro de funcionários e no estoque de materiais e medicamentos, eles cobram também transparência dos gestores quanto à administração dos recursos repassados pelo governo federal – em maior volume – e também pelo estadual.
"Temos insistido com o conselho gestor que torne claro e público o que acontece com os recursos que aqui chegam. Aliás, nem cadeira no conselho os residentes têm. Esse é um ponto que faz parte do nosso movimento", disse Diego Garcia, presidente da Associação dos Médicos Residentes de São Paulo (Ameresp).
O conselho gestor do HSP conta com três representantes do Conselho Administrativo da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), organização social (OS) presidida pelo psiquiatra Ronaldo Laranjeira: os médicos Denise de Freitas, Gaspar de Jesus Lopes Filho e Walter José Gomes.
Embora a SPDM firme convênios com o Ministério da Saúde para obtenção de recursos para obras de ampliação e compra de equipamentos, é uma superintendência que responde pelo HSP.
Trata-se de uma situação semelhante à da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. E confusa. Um hospital universitário, gerido por uma OS, que atende pelo Sistema Único de Saúde, recebe recursos federais e estaduais, se encontra em sérias dificuldades financeiras, não abre as contas e não fala com a imprensa senão por meio de notas oficiais. A principal diferença é se tratar o HSP de um hospital universitário vinculado a uma universidade federal.
De acordo com a Ameresp, em reunião entre o comando de greve e o conselho gestor do hospital, na última sexta-feira, havia sido acordado entre as partes o repasse de R$ 3 milhões somente para a resolução deste item. No entanto, no documento oficial de contraproposta do HSP o valor para compra de remédios foi excluído.
“Além disso, o documento faz menção a um estoque de medicação capaz de atender a demanda até dezembro de 2015, o que é sabidamente não verdadeiro, já que medicamentos básicos, como anfotericina B, aciclovir, fluco EV, protamina, atrovent e enteroclisma estão em falta no hospital. Inclusive tem sido negada a liberação da lista de medicamentos aos residentes para que não haja transparência sobre a falta destes em estoque”, lembra Diego Garcia.
Ontem, os residentes encaminharam carta ao ministro da Saúde Arthur Chioro, na qual pedem providências do governo federal, bem como sua pressão sobre outras instâncias. Eles expõem o aumento no número de atendimentos realizados nos últimos anos sem o devido aumento nas verbas para manter a qualidade nas cirurgias, procedimentos e consultas que se tornou característica do maior hospital universitário brasileiro. E que, além disso, um corte no orçamento da Universidade, que chega a 40% – fora repasses menores também pelo governo estadual – levaram à redução no quadro de funcionários e também a desabastecimento de medicamentos e materiais.
Em reunião por teleconferência com a reitora Soraya Smaili, médicos e estudantes da Unifesp na tarde de ontem, Arthur Chioro ressaltou a regularidade dos repasses federais para a unidade de saúde e anunciou a liberação adicional de R$ 5,9 milhões, totalizando adicional de R$ 18 milhões do governo federal somente este ano.
Em 2014 foram repassados R$ 180 milhões para custeio do atendimento, manutenção e melhoria da infraestrutura por meio do Fundo Estadual de Saúde de São Paulo, a maior parcela, de R$ 108 milhões, é para custear o atendimento da população pelo SUS. Outros R$ 49,6 milhões são de incentivo, para a qualificação do atendimento, e R$ 22,7 milhões, do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf). Entre 2012 e 2013, o HSP foi contemplado com R$ 53,2 milhões referentes ao Rehuf.
Chioro reforçou que o financiamento do HSP, assim de como qualquer outro estabelecimento de saúde, é de responsabilidade compartilhada entre as três esferas de governo.
Segundo ele, o serviço prestado pela unidade no Sistema Único de Saúde (SUS) é regido por meio de um contrato firmado com o gestor estadual (Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo), que complementa o financiamento.
No último dia 18, o secretário estadual de Saúde, David Uip, anunciou o repasse adicional de R$ 3 milhões. O valor, no entanto, só será repassado ao hospital se o conselho gestor da unidade garantir a prestação de serviços imediata à população. Em 2014, o estado havia repassado R$ 5 milhões.
Procurada, a superintendência do HSP não falou com a reportagem. Por meio de nota, informou que o conselho gestor tem se reunido com os grevistas e que as providências estão sendo tomadas.
Cida de Oliveira, da Rede Brasil Atual - 2/7/2015