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Agricultor familiar quer garantia de aposentadoria

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Rosane Bertotti, dirigente da CUT, comenta ameaças ao pequenos produtores contidas nas propostas de Michel Temer
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São Paulo – Na semana em que foi celebrado o Dia Nacional da Agricultura Familiar (25), o clima entre os pequenos produtores é de apreensão em relação às medidas propostas pelo governo interino de Michel Temer de rever os critérios de acesso à aposentadoria.

A secretária nacional de Formação da CUT, Rosane Bertotti, disse na quarta 27 à Rádio Brasil Atual que a mudança da idade mínima para 65 anos para as aposentadorias afetaria diretamente o agricultores familiares, que começam a trabalhar ainda muito cedo, por volta dos 14 anos. Hoje, as mulheres do campo se aposentam aos 55 anos, e os homens, aos 60.

> Áudio: a entrevista de Rosane Bertotti para a Rádio Brasil Atual

"O aumento do tempo de trabalho representaria mais problemas de saúde dos agricultores familiares, o que sobrecarregaria o sistema de saúde", diz ela.

Além disso, Rosane Bertotti afirma que a proposta de desvinculação dos benefícios da aposentadoria ao salário mínimo causaria perdas expressivas no rendimento dos aposentados rurais, com impactos, inclusive, nas economias dos pequenos municípios. "Quanto menos capacidade de geração de renda tivermos nos pequenos municípios, mais as pessoas irão para as cidades", diz.

Rosane refuta o argumento de que os trabalhadores rurais não contribuem para o sistema previdenciário. Ela lembra que os agricultores, que contam com regime de seguridade especial, não contribuem mensalmente, como os demais trabalhadores formais, mas a cada venda de seus produtos, 2,1% são arrecadados e destinados à Previdência.

A dirigente da CUT afirma ainda que essas medidas, somadas a outras, como a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, sinalizam que, para o governo de Temer, a categoria dos agricultores familiares "tem pouca importância". Ela lembra que a categoria é responsável pela produção de cerca de 70% dos alimentos consumidos na mesa do brasileiro e, principalmente, pela diversidade desses produtos, não alcançada pelo agronegócio, que se especializa nas culturas mais rentáveis.


Rede Brasil Atual - 27/7/2016
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