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Brasil é segundo colocado em fraudes com cartões

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Pesquisa feita com 6 mil pessoas, em 20 países, apontou brasileiros como os mais insatisfeitos com atendimento pós-fraude; risco cresce devido a aumento das operações via smartphones e tablets
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São Paulo – Pesquisa realizada pela ACI, empresa líder em soluções de pagamentos, revelou que 49% dos brasileiros afirmam já ter sido vítimas de algum tipo de fraude com cartões nos últimos cinco anos. O dado coloca o país em segundo lugar do ranking desta modalidade de golpe, atrás apenas do México. No último levantamento, o Brasil aparecia em 8º.

O estudo foi feito com mais de 6 mil pessoas, em 20 países, e revelou que fraudes com três tipos de cartões (débito, crédito e pré-pago) cresceram globalmente. Em comparação com 2014, 14 nações tiveram aumento nas fraudes. México, Brasil e Estados Unidos lideram o ranking, com 56%, 49% e 47% das pessoas afirmando ter sofrido algum tipo de golpe, respectivamente. Os países com menores índices são Holanda (14%) e Hungria (9%).

Segundo o levantamento, comportamentos de risco dos usuários, como deixar o celular desbloqueado fora de uso ou portar a senha do cartão anotada, têm relação direta com as fraudes. E o risco tem crescido cada vez mais devido ao aumento global das operações financeiras por meio de smartphones e tablets. Em todo o mundo, 54% dos clientes apresentaram ao menos um comportamento de risco, contra 50% em 2014. Entre essas pessoas, 58% já foram vítimas de fraude. Já entre os mais cuidadosos, o número cai para 36%.  

“O Brasil é um país com enorme diversidade cultural e ainda com dificuldades no acesso aos canais digitais em muitas regiões. Entretanto, os bancos, visando somente o lucro, querem trocar empregos por meios eletrônicos. Para isso, tiram o acesso das pessoas às agências. Ignoram que a maior segurança para muitos clientes é o atendimento humanizado feito pelo bancário”, afirma o diretor de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Carlos Damarindo.

Pós-fraude – Se a pesquisa demonstra que a segurança oferecida pelas instituições financeiras no Brasil passa longe de ser a ideal, o atendimento pós-fraude também é alvo de enorme desagrado. Brasileiros são os mais insatisfeitos com o tratamento oferecido pelos bancos após a ocorrência de fraudes. Apenas 65% dos entrevistados estão parcialmente ou plenamente satisfeitos com sua instituição bancária. Nos EUA, país com maior satisfação, este número chega a 90%.

“O cliente, além de ser vítima de fraude por falhas na segurança dos bancos, enfrenta a desconfiança e a burocracia das instituições financeiras na hora de reaver o dano causado. O fato de sermos o país com maior insatisfação no pós-fraude reforça a importância do atendimento humanizado. A tecnologia é ótima e traz mais praticidade para a rotina, mas na hora que algo dá errado, quando os mecanismos de segurança falham, nada traz mais confiança do que ser atendido pessoalmente por um representante da instituição”, reforça Damarindo.

De acordo com o diretor do Sindicato, os canais digitais são opcionais aos clientes e exercem função complementar. “Os bancos, como concessões públicas, não podem substituir o atendimento convencional pelas novas tecnologias. As duas modalidades devem coexistir”, conclui. 


Felipe Rousselet – 14/7/2016
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