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Frente Nacional contra projeto Escola sem Partido

Linha fina
Estudantes, educadores e diversas entidades querem fortalecer a mobilização contra projeto que pretende impor censura nas escolas
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São Paulo – Foi lançada uma Frente Nacional que pretende articular esforços contra os projetos baseados na plataforma Escola sem Partido. Atualmente tramitam em várias casas legislativas pelo país, inclusive a Câmara e o Senado, propostas alegando defender a "neutralidade" na educação, mas tem sido vista como forma de censurar a discussão política.

O evento ocorreu na quarta 13, no auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no centro da capital fluminense, e reuniu ativistas pelo direito à educação de todo o país – estudantes, educadores, sindicatos e centrais, associações de classe, partidos políticos e entidades da sociedade civil.

Calar professores - "O projeto Escola sem Partido é a sequência de um processo de restrição da liberdade, aquilo que a literatura chama de Estado de exceção", classifica o professor da Gaudêncio Frigotto, da pós-graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), em entrevista à repórter Viviane Nascimento, para o Seu Jornal, da TVT.

Para o integrante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) Guilherme Barbosa, o projeto representa "uma afronta à liberdade de construção do conhecimento" e vai afetar diretamente a vida dos alunos, que estarão impedidos de discutir os principais temas que afetam os seus cotidianos.

Já o vereador carioca Renato Cinco (Psol), diz que a luta contra o projeto, que classifica como uma tentativa de "amordaçar" a educação, é "essencialmente uma luta em defesa da liberdade e da democracia".

Cibele Lima, coordenadora da Rede Emancipa em São Paulo, que desenvolve cursos pré-universitários em diversas cidades do país, relata que, antes mesmo da aprovação do projeto Escola sem Partido, ameaça contra a liberdade de manifestação e pensamento já vem ocorrendo.

"Tanto em Porto Alegre quanto em São Paulo, onde já existem projetos equivalentes tramitando, a gente teve notificações das secretarias de Educação afirmando que receberam denúncias anônimas de que a gente pratica doutrinação ideológica", conta Cibele. Na capital paulista, até mesmo uma viatura da Polícia Militar foi averiguar denúncia de "agitação política".


Rede Brasil Atual - 14/7/2016
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