São Paulo – Os funcionários descomissionados na reestruturação do Banco do Brasil tiveram redução salarial e estão indignados com a empresa, que não garante nem realocação na função e nem manutenção salarial até a recolocação; e ainda exige muitas informações sobre a vida pessoal do trabalhador para renegociar suas dívidas de cheque especial, cartão de crédito, CDC e outras linhas de crédito no banco.
“Em vez de salário, recebi um débito na conta no último pagamento”, denuncia um bancário. “E o banco pede a declaração de imposto de renda, salário de filho, da mulher. Vou ter de expor minha vida pessoal para os colegas. O banco pode dizer que é para analisar a capacidade de pagamento, mas de quem é a responsabilidade pela redução salarial? Do banco. Quero que o banco parcele a dívida sem eu ter de me expor, já é muita humilhação ter sido descomissionado”, desabafa.
Na última audiência entre os trabalhadores e os representantes do BB, no Ministério Público do Trabalho de Brasília, o banco disse não a todos os questionamentos da Comissão de Empresa dos Funcionários a respeito do programa de adiantamento salarial para os funcionários que perderam sua função na restruturação do BB.
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Na mesma reunião, o banco deu um sonoro não à reivindicação de manutenção de salário através de pagamento de Verba em Caráter Pessoal (VCP) por tempo indeterminado até a realocação dos funcionários que perderam suas funções. Segundo o BB, mais de 2000 funcionários em todo o país perderam seus cargos e ainda não foram realocados.
O Sindicato orienta os funcionários a denunicar à entidade enviando e-mail (selecione o setor site) ou registrar no site, no canal Assuma o Controle, ou ainda, pelo Whatsapp (11) 97593-7749. As denúncias são importantes a fim de avaliar a dimensão dessa situação. O Sindicato está apurando o caso para buscar um entendimento, apesar das negativas até o momento.
“O banco trata como consumidor o bancário que perdeu parte do salário por causa de uma reestruturação promovida pela própria instituição financeira. Nós dizemos que essa é uma questão trabalhista, fruto do descomissionamento”, afirma o dirigente sindical e bancário do Banco do Brasil Ernesto Izumi.
“Entendemos a necessidade de verificar a capacidade de pagamento, mas o funcionário quer respeito, e não ser exposto. Ele recebe o salário pelo banco e por isso a empresa poderia fazer um adiantamento com valor e prazo de pagamento com critério baseado na redução salarial e evitando essa exposição”, pondera o dirigente.