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Chapéu
Desmonte

BB: sem condições de trabalho, não tem bancário que aguente!

Linha fina
Em mesa de negociação sobre reestruturação, Comissão de Empresa dos Funcionários vai cobrar do banco, entre outros pontos, extensão do VCP
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Foto: Seeb-SP

São Paulo - A reestruturação no BB – imposta pela atual gestão, sob ordens do governo Temer – está destruindo as condições de trabalho na instituição. Atendimento precarizado, agências lotadas, desvios de função, funcionários sobrecarregados e redução nas remunerações acarretada pela perda de cargos são alguns exemplos do desmonte pelo qual passa o banco público. Diante desse quadro, em mesa de negociação com o banco no dia 1º de junho, sobre a reestruturação, a Comissão de Empresa dos Funcionários vai cobrar contratações e condições de trabalho dignas para os bancários do BB.

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“Esta reestruturação absurda afeta tanto bancários, sobrecarregados ao extremo; quanto clientes, com o atendimento cada vez mais precarizado. O desmonte é uma estratégia do governo para diminuir o papel do BB para o país, levando a uma percepção na sociedade de que o banco público não presta. O último balanço do BB apontou aumento da carteira de clientes. Entretanto, o crescimento foi acompanhado pela redução na capacidade de atendimento, diante da redução do quadro de funcionários e fechamento de agências. Que gestão estratégica é essa? A da terceirização, que abre espaço para o fim dos concursos, como foi demonstrado na apresentação ao Conselho Diretor, que os sindicatos denunciaram?”, questiona o diretor do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, João Fukunaga.

“Também observamos nas agências a expulsão acentuada dos clientes para o Mais BB, com propagandas e direcionamento para estes correspondentes bancários. Uma prática que dá vazão ao atendimento, extremamente sobrecarregado, mas que depõe contra o papel do BB como banco público e contra os nossos empregos”, acrescenta.

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O dirigente lembra ainda que, com o fechamento de centenas agências, as unidades que permanecem abertas absorveram toda a demanda de trabalho. “Hoje, em média, um bancário de agência atende 554 contas correntes, 115 contas a mais que doze meses atrás. Uma situação desumana”, destaca Fukunaga, reforçando ainda que os PAAs (Postos de Atendimento Avançado) estão operando com poucos funcionários, muitos deles em desvio de função. 

“Uma realidade que os eventos pomposos do banco e o Conselho Diretor Itinerante ignoram, uma vez que apresentam uma instituição na qual tudo é belo, virando as costas para a dura rotina dos funcionários nas agências e departamentos.”

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VCP – Entre outros pontos, a Comissão de Empresa dos Funcionários vai cobrar do banco a extensão do VCP (Verba de Caráter Pessoal). “O BB precisa responder aos colegas que perderam cargos e não tiveram a opção de manter a remuneração. Perderam rendimentos”, enfatiza o diretor do Sindicato.

Além disso, a representação dos bancários também reivindicará que o banco permita, aos funcionários que aderiram à jornada de seis horas, a ampliação do limite para realização de horas extras, possibilitando assim que esses trabalhadores consigam manter, por algum tempo, o salário que recebiam antes da redução de jornada.

“Vamos para a mesa de negociação defender os direitos dos funcionários do Banco do Brasil, o atendimento adequado à população e o papel da instituição, como banco público, para o desenvolvimento e retomada econômica do país. A direção do BB deve repensar essa reestruturação absurda – que levou o banco à "liderança" de reclamações de clientes ao Banco Central – realizar novas contratações e oferecer condições dignas de trabalho aos bancários”, conclui Fukunaga. 

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