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Chapéu
Sucateamento da Caixa

Sindicato cobra negociação em defesa dos empregados

Linha fina
Com intenção de forçar bancários a aderir a plano de demissão, governo Temer anuncia redução de unidades que impactarão em programas sociais, FGTS e habitação; qualquer reestruturação deve ser discutida com o movimento sindical, como determina acordo coletivo 
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Arte: Marcio Baraldi

São Paulo – O governo Temer continua promovendo o desmantelamento do caráter social e público do banco com impactos sobre a população e empregados. Além do plano de demissão voluntária que pretende eliminar mais de 5 mil postos de trabalho, a direção da Caixa divulgou na segunda-feira 17 uma reestruturação que prevê a extinção de filiais e a migração de trabalhadores. 

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A Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) enviou ofício cobrando negociação. “O acordo coletivo da Caixa assinado pela direção do banco assegura que qualquer reestruturação deve ser discutida com os representantes dos trabalhadores antes da sua implementação”, ressalta Dionísio Reis, coordenador do CEE. “Não vamos aceitar que mudanças sejam impostas sem qualquer negociação.”

De acordo com o comunicado do banco, as alterações que integram o processo de reestruturação estão concentradas nas Vice-Presidências de Logística (Vilog), Governo (Vigov), Habitação (Vihab), Fundos de Governo (Vifug), Finanças e Controladoria (Vific), Gestão de Pessoa (Vipes) e Tecnologia da Informação (Vitec). Processos relacionados a FGTS, repasses, programas sociais e habitação, justamente entre os mais demandados pela população, estão entre os que serão impactados diretamente. 

Também na segunda-feira 17 começou o prazo para aderir ao Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE), cujo anúncio de reabertura ocorreu na sexta-feira 14. O objetivo é reduzir o quadro de pessoal em até 5.480 empregados. Somados aos cerca de 4.600 que se desligaram no primeiro semestre de 2017, poderão ser 10 mil trabalhadores a menos na instituição financeira, em poucos meses.

“O anúncio dessa reestruturação conjuntamente com o plano de demissão tem a intenção clara de criar um ambiente de pânico nas unidades a fim de convencer os empregados a aderir ao PDVE”, afirma Dionísio. “É a continuidade do processo de desmonte do banco responsável por políticas púbicas voltadas ao bem-estar das pessoas. Tanto o PDVE como a reestruturação prejudicarão tanto a população quanto os bancários, beneficiando exclusivamente os bancos privados, que terão ainda menos concorrência com a diminuição da Caixa. Não vamos aceitar mais este ataque, afirma o dirigente.”

Rita Serrano, coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas e representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, reforça que o projeto do governo atual é privatizar as empresas públicas. “No caso da Caixa, o modelo passa pelo fatiamento, com privatização das operações, seguros, loterias, cartões. O Tesouro afirma que não irá capitalizar o banco e, em consequência, a Caixa diminuirá o crédito e os investimentos no desenvolvimento do Brasil. Ampliar os cortes na estrutura em recursos humanos está dentro dessa lógica. Vamos arregaçar as mangas e lutar sem trégua”, garante.

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Dionísio lembra que os trabalhadores se organizaram no 33º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef) que mobilizou mais de 600 bancários de todas as regiões do  país, quando foram discutidas as ameaças já concretizadas como o PDVE, a reestruturação, e a possibilidade de fechamento de agências. 

“São ataques direcionados por esse governo privatista que não vê a necessidade de o país contar com um banco público. No 33º Conecef foram tiradas uma série de estratégias como a campanha nacional em defesa da Caixa e dos bancos públicos que precisa contar com o envolvimento dos empregados da ativa, dos que estão se aposentando, e com os bancários em geral. Por isso é muito importante nossa participação na conferência nacional no próximo dia 28 de julho. Vamos à luta.”
 

 

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