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Chapéu
Itaú

Assédio se mantém como prática cotidiana no Prédio do Aço

Linha fina
Pressão é constante. Além disso, depois de um bancário sofrer infarto e não ter assistência médica, outros dois trabalhadores passaram mal após serem demitidos injustamente
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Foto: FreePik/katemangostar

O assédio moral no Prédio do Aço, concentração de trabalhadores do Itaú na zona sul de São Paulo, continua em alta. Trabalhadores denunciaram ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região que a prática tem feito, inclusive, com que muitos deles passassem mal por conta do estresse.

As denúncias foram feitas depois que um bancário do setor sofreu um infarto e não recebeu atendimento adequado. O prédio não tem ambulatório e, segundo relatos, o bombeiro não tinha preparo para prestar os primeiro socorros. O funcionário teve de ser levado no carro de um colega para o hospital e só ali foi constatado que ele estava sofrendo uma parada cardíaca.

Depois do incidente, dois bancários também passaram mal após serem demitidos no mesmo setor. Segundo o gestor que promoveu os desligamentos, eles não cumpriram “as regras do setor” e “não se enquadrariam no perfil do banco”.

Uma bancária do setor, que preferiu não se identificar, relatou um ambiente de pressão constante, o que tem gerado a onda de adoecimentos.

“Fica difícil focar nas nossas metas. Temos de focar na agenda do dia, mais clientes que entram a rodo, um fluxo de ligações que é igual ao de uma agência digital, fora os e-mails que não conseguimos mais ler porque não dá tempo. Estou pensando seriamente em pedir desligamento, pois estou ficando doente”, disse.

Além da rotina de trabalho, a cobrança por metas está sendo feita de forma incessante. “Pior ainda: os gestores têm dito aos bancários que o Itaú está recrutando para este setor, e que, se eles não entregarem as metas, serão demitidos. Isso explica o volume de trabalhadores passando mal por conta de estresse, do assédio moral e da cobrança de metas abusivas”, explica a dirigente sindical e funcionária do Itaú Elaine Machado.

Retorno do banco

Em reunião com representantes do Sindicato, o banco negou, apesar das evidências, que a prática de assédio moral seja frequente no Prédio do Aço. Na oportunidade, o banco se comprometeu a marcar uma nova reunião para explicar o funcionamento da área, o que ainda não aconteceu.

Os dirigentes sindicais aproveitaram a visita no local e distribuíram material informando sobre os canais que a entidade possui para combater o assédio e as pressões sobre os trabalhadores.

“É muito importante que os bancários denunciem casos como os relatados aqui através da ferramenta disponibilizada pelo Sindicato para combater o assédio moral, e não através do ombudsman do banco. Só assim poderemos agir para que essa prática nefasta acabe dentro da instituição”, orienta Elaine.

Em caso de pressão por metas, ameaça de demissão ou outras formas de assédio, é fundamental denunciar ao Sindicato, por meio do canal específico (clique aqui para fazer a denúncia), ou ainda pelo telefone 3188-5200. O anonimato é garantido.

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