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Chapéu
Desrespeito à vida

BB chama funcionários ao trabalho presencial sem negociação com Sindicato

Linha fina
Em comunicado, banco informa que gestores poderão chamar bancários coabitantes, que vivem com pessoas do grupo de risco, até o dia 27 de julho
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Os bancários do Banco do Brasil foram surpreendidos, nesta terça-feira 21, com uma orientação interna, amplamente divulgada pela empresa, que estimula irresponsavelmente a convocação indistinta de praticamente todos os funcionários para retorno ao trabalho presencial, a partir do dia 27 de julho, desconsiderando toda a preocupação, cuidado e cautela utilizados até aqui na condução da saúde de seus funcionários durante o processo de prevenção e combate à pandemia da covid-19.

“Pela sensibilidade do tema, careceria de mais tempo para conversas entre o Banco do Brasil e o movimento sindical, que representa os trabalhadores. Não há nenhuma negociação com os sindicatos sobre essa atitude, cuja decisão foi unilateralmente tomada pelo BB”, critica o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), João Fukunaga.

O dirigente destaca que há um grande contingente de funcionários que vivem com parentes e familiares que pertencem ao grupo de risco, e ficariam numa situação de insegurança. Além disso, o banco não está considerando a situação dos pais que possuem crianças pequenas em idade escolar, que ainda não voltaram às aulas, uma vez que escolas e creches têm previsão de funcionamento normal somente após setembro; não terão, portanto, com quem deixar as crianças.

“O BB não deveria estimular o abandono dos filhos pelos pais neste momento, e deixar essa decisão na mão de gestores que, muitas vezes, não detêm a menor empatia e sensibilidade em relação ao tema. Comprometer a saúde física e mental dos filhos não contribui em nada para a saúde dos próprios funcionários”, observa o dirigente sindical e representante da CEEB pela Fetec-CUT/SP, Getúlio Maciel.

Os dirigentes destacam ainda que a atenção à interpretação errônea que alguns gestores do BB estão fazendo em relação aos funcionários autodeclarados coabitantes com pessoas do grupo de risco. “Em nenhum momento, no comunicado, o banco obriga esses funcionários a voltarem ao trabalho a partir do dia 27 de julho, apenas informa que os coabitantes passam a ser enquadrar nas formas de trabalho disponíveis, inclusive podendo-se utilizar do próprio home office, já assegurado pelo BB para proteger esses mesmos funcionários e sua família”, explica João Fukunaga.

“É espantoso, por exemplo, que alguns escritórios digitais e alguns órgãos de apoio utilizem-se dessa interpretação equivocada para colocar em risco a vida e a saúde dos funcionários autodeclarados coabitantes, chamando-os compulsoriamente à volta ao trabalho presencial não havendo a devida necessidade”, acrescenta Getúlio.

Diante do problema, o Sindicato exige imediata reunião com a empresa para tratar do assunto, no sentido de continuar protegendo a vida e a saúde dos funcionários e seus familiares, como vêm sendo os compromissos firmados desde o inicio da pandemia.

 

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