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Bancários de São Paulo elegem delegados para a Conferência Nacional e aprovam plano de lutas

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Imagem mostra delegados da Fetec-CUT/SP aprovando plano de lutas

Representantes dos bancários de São Paulo reuniram-se neste sábado 29 para a 25ª Conferência Estadual da Fetec-CUT/SP, federação que engloba 14 sindicatos paulistas. Os dirigentes elegeram os 214 delegados que representarão os trabalhadores de bancos do estado na Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada entre os dias 4 e 6 de agosto; e aprovaram um plano de lutas.

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, ressaltou os desafios da categoria e da classe trabalhadora.

“Um grande desafio é discutir o avanço da tecnologia e como isso pode gerar ganhos para o trabalhador. Temos de garantir mais mulheres no setor de TI dos bancos. Nós estamos em um cenário em que as forças contrárias aos direitos dos trabalhadores e das mulheres são muito intensas. Temos de ampliar nossa atuação nas redes sociais e avançar na nossa comunicação para atingir a classe trabalhadora, combater as narrativas de ódio, as fake news e a misoginia, e nos organizar em torno das pautas que interessam aos trabalhadores.”

Ivone Silva, ex-presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, defendeu aprofundar a discussão da redução da jornada de trabalho por meio da implantação da semana de quatro dias de expediente, para que os trabalhadores se apropriem dos ganhos da tecnologia.

“Hoje estamos fazendo uma conferência muito melhor do que nos anos anteriores, porque podemos discutir projetos futuros. E nossa categoria tem muito a oferecer em termos de organização e de projetos. É uma categoria que colocou no centro das discussões pautas como o combate à violência contra a mulher e a igualdade de oportunidades. Vamos debater a ampliação da diversidade no ramo financeiro: como incluir mais negras e negros, e como incluir os trabalhadores do ramo financeiro na representação sindical.”

“Nós queremos fortalecer a negociação coletiva, queremos representar todos os trabalhadores, até quem não têm carteira assinada. Não existe democracia sem movimento sindical forte. É imprescindível fortalecer a representação sindical”, disse Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT.

“A reforma tributária é outro ponto imprescindível. O governo está fazendo uma parte da reforma, mas que não vai corrigir as injustiças. É preciso taxar as grandes rendas e grandes fortunas. Não é quem tem uma casa, quem tem um carro. São os bilhões dos lucros e dividendos. A gente paga imposto sobre salário, sobre PLR. Banqueiros recebem lucros e dividendos e não pagam impostos. É uma coisa absurda, mas eles têm força no Congresso Nacional, e se não formos para a rua pedir isso, não vamos conseguir. Tem que fazer reforma tributária para investir na saúde e na educação públicas”, acescentou.

“Temos de fazer campanha para regulamentar as plataformas digitais, porque o Congresso Nacional não vai aprovar. A extrema direita usa esse artifício para fazer a disputa ideológica [...] Fazer a formação política é um desafio grande”, complementou Juvandia.

Consulta com bancários

Durante a conferência foi apresentado o resultado da consulta nacional respondida pelos bancários, com o recorte do estado de São Paulo.

Dentre outros dados, a consulta apontou que 35% dos bancários que responderam tomam medicamentos controlados; 76% relataram preocupação constante com o trabalho, cansaço e fadiga constante, desmotivação, vontade de não ir trabalhar, dificuldade para dormir, mesmo aos finais de semana; 46% defendem maior participação dos bancários na definição das metas; e 36% querem que as metas levem em consideração critérios como porte da unidade, a região, o número de empregados e a carteira de clientes.

A consulta apontou também que 74% dos participantes são a favor da regulamentação da internet; 71% consideram muito importante a taxação de grandes fortunas; 63% defendem fim da isenção de imposto pagos a acionistas; e 81% consideram muito importante a isenção do IR sobre a PLR.

Na conferência foi lançada a campanha de sindicalização 2023 da Fetec-CUT/SP. Os dirigentes debateram ainda comunicação e mundo digital, e aprovaram um plano de lutas dividido em dois eixos: Democracia e direitos sociais; e organização, negociações coletivas e direitos da categoria.

'“Reafirmamos o Plano de Luta, agregando mais abordagens, como Comunicação e os impactos da Inteligência Artificial”', disse a presidenta da Fetec-CUT/SP, Aline Molina.

Dirigentes bancários durante a abertura da 25ª Conferência Estadual da Fetec-CUT/SP

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