
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região protocolou recentemente um pedido de fiscalização das contas do Santander na Comissão de Valores Mobiliários. Essa representação requer instalação de procedimento administrativo para apurar possíveis infrações às normas contábeis e informacionais, previstas na legislação brasileira, praticadas pelo banco nas demonstrações financeiras consolidadas, e reivindica aplicação de penalidades cabíveis previstas na legislação em caso de constatação de irregularidades.
Segundo análise técnica do Dieese na Contraf, a partir de documentos públicos como as demonstrações contábeis de 2024, foram identificadas alterações relevantes na estrutura contábil e nos passivos do banco, especialmente nos que se referem à consolidação das demonstrações envolvendo o Banesprev (fundo de pensão dos funcionários do antigo Banespa).
O documento entregue à CVM aponta que o Santander pode ter alterado significativamente sua apresentação contábil por meio de práticas de reclassificação (contábeis com impactos relevantes no exigível contingencial), transferência indireta de passivos trabalhistas (queda no balanço do banco, sem nota explicativa) e ajustes não plenamente divulgados, como redução expressiva de provisões trabalhistas na holding, paralelo a aumentos no passivo do Banesprev, por exemplo.
“Isso compromete a integridade do conjunto de informações colocadas à disposição do mercado, podendo configurar violação aos princípios de veracidade, completude e tempestividade das informações exigidas pela CVM”, diz a denúncia.
Essa iniciativa do Sindicato é uma nova frente de defesa dos direitos dos bancários e pode fazer a diferença na luta em prol dos aposentados que recebem complementações de aposentadoria pelo Banesprev.
“Estamos numa campanha contra todo o desrespeito do banco Santander com os trabalhadores brasileiros e também atuando em conjunto com a Afubesp na defesa dos direitos dos trabalhadores aposentados oriundos do Banespa. O Santander deve respeitar quem dedicou a vida para construir o enorme patrimônio do banco espanhol no Brasil, principalmente neste momento da vida em que a maioria dessas pessoas tem mais de 60 anos”, comenta a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Neiva Ribeiro.
