
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realizou um ato, na quinta-feira 10, em frente ao prédio onde funciona a sede do Bank of China (BOC), na Avenida Paulista, em protesto contra as diversas denúncias de assédio moral que têm chegado à entidade por meio do Canal de Denúncias.
Os dirigentes discursaram na calçada da Paulista contra a violência que vem sendo praticada contra os funcionários, que resultam em adoecimentos físicos e mentais, e carregaram placas exigindo do banco chinês mais respeito aos trabalhadores brasileiros.
Ações contra o assédio
Durante o protesto, desceu um negociador do BOC e convidou os dirigentes para uma reunião com a diretoria da instituição financeira, entre eles o presidente do banco. Nessa reunião, o BOC se comprometeu a realizar treinamentos para os gestores, no sentido de evitar a prática do assédio moral.
Os representantes do banco disseram ainda que estudariam e apresentariam outras medidas para coibir o problema, divulgando todas as ações aos funcionários por meio de seu canal interno.
"A ação sindical dessa quinta foi resultado da falta de ação do banco sobre os problemas de assédio moral relatados no Canal de Denúncias do Sindicato. Há cerca de um ano estamos insistindo em reuniões com o BOC para uma resposta efetiva que melhore as condições de trabalho, porém a direção do banco não havia apresentado ações concretas para a solução. Esperamos que o compromisso do combate ao assédio moral se torne uma prática da instituição", diz o dirigente Diego Carvalho.
Demissões
O ato também denunciou as demissões em massa que ocorreram em uma financeira do China Construction Bank (CCB), que está se fundindo com o BOC.
“Ambos são ligados ao governo chinês e começaram um processo de fusão há cerca de um ano e meio. Desde o ano passado estamos conversando com o banco sobre as inseguranças dos bancários quanto a esta fusão, e nessas mesas, as instituições prometeram que as demissões seriam apenas pontuais. Mas não foi o que aconteceu: na financeira do China Construction Bank havia 70 empregados e agora eles foram reduzidos a 20, o que caracteriza demissão em massa. Reivindicamos que o banco pare essas demissões”, informa Diego.
Ainda sobre as demissões, o banco alegou que foi uma falha de comunicação interna, que não atualizou a decisão previamente para o Sindicato. “Nós cobramos o respeito à mesa e a transparência por parte do banco. Uma relação entre Sindicato e empregador tem que ter transparência. O Sindicato quer ser informado previamente de decisões como essa. Isso faz parte da negociação coletiva e não apenas a infornação depois que a decisão foi tomada”, acrescenta a secretária-geral do Sindicato, Lucimara Malaquias.
PPR e assédio
Outra reivindicação dos dirigentes sindicais na mesa foi a retomada das negociações para o acordo de Programa Próprio de Resultados (PPR) do BOC/CCB. As negociações vinham ocorrendo desde 2024, mas foram interrompidas pelo Sindicato, que colocou como exigência para essa negociação a resolução dessas denúncias de assédio moral.
“Pedimos uma gestão humanizada, respeitosa e que o banco reconheça o Canal de Denúncia do Sindicato, estabelecendo um e-mail institucional para receber as demandas e resolvê-las em 45 dias úteis, conforme as regras do canal”, explica Lucimara.
“Também reivindicamos melhorias nos critérios de distribuição do PPR. O banco já nos respondeu com essas alterações e o Sindicato vai analisar as mudanças na proposta”, informa ainda a dirigente.
“Achamos positiva a reunião e o compromisso do banco em resolver as questões. Queremos que o BOC faça mais contratações, gerando mais emprego, e que a gente estabeleça uma relação de respeito que privilegie o diálogo e a negociação coletiva. Os trabalhadores devem continuar em contato com o Sindicato, nos informando se houve mudanças na gestão. Devem ainda acompanhar as informações sobre o acordo de PPR no site do Sindicato”, conclui a dirigente.
