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Bancários engrossam dia nacional de mobilização

Linha fina
Categoria atrasa abertura de agências e marca presença em ato na Paulista. Mobilização rechaça PL 4330 e fator previdenciário, além de reivindicar mais investimentos na saúde, educação e transporte públicos
Imagem Destaque

São Paulo – Os trabalhadores estão nas ruas contra a precarização de direitos. Nesta sexta-feira 30, Dia Nacional de Mobilização e Paralisação promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e outras centrais sindicais, os bancários também pararam. À tarde, teve ato na Paulista.

> Cinco mil protestam na Paulista

A principal bandeira dos protestos é a luta contra a terceirização. “Somos contra o Projeto de Lei 4330, que libera a terceirização nas atividades essenciais da empresa, reduz direitos trabalhistas garantidos em acordos e convenções coletivas, CLT e Constituição”, diz Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato.

> Veja como o PL 4330 prejudica

A adesão abrangeu todas as regiões de São Paulo, além de Osasco e região. As unidades abriram somente às 11h.

No centro de São Paulo (foto à direita), cerca de 200 trabalhadores do Crédito Imobiliário do Banco do Brasil, na Rua 15 de Novembro, paralisaram as atividades e realizaram um ato contra o PL 4330, lembrando especialmente o risco para o setor. O protesto também contou com trabalhadores do Complexo São João.

Os bancários carregaram cartazes contra o PL 4330 e também contra o assédio moral, além de dizeres favoráveis às pautas da classe trabalhadora.

“É hora de pressionar os deputados para barrar esse absurdo que é o PL 4330, que legaliza a interposição fraudulenta. Todos aqui votaram para deputado federal. Então, temos que fazer o dever de casa que é mandar e-mail, ligar para o seu deputado e afirmar que se ele ajudar a aprovar o 4330, não receberá o seu voto novamente”, afirmou Juvandia Moreira (foto).

> Fotos: galeria da manifestação dos bancários

Atualmente o PL 4330 está na CCJC (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) da Câmara dos Deputados, com previsão para ser votado no dia 3 de setembro.

> Manifeste-se enviando e-mails para os deputados da CCJC. Veja e-mails aqui.

Além dos bancários, desde a madrugada, aposentados realizam vigília em frente ao prédio do INSS, no Viaduto Santa Ifigênia, com o objetivo de cobrar o fim do fator previdenciário. Na região oeste da capital, estudantes da USP, moradores do Jardim São Remo e trabalhadores do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares) protestam contra projeto de reurbanização no bairro, além de pautas da classe trabalhadora e específicas da universidade.

Junto com a resistência à terceirização fraudulenta e o fim do fator previdenciário, a pauta da classe trabalhadora reivindica redução da jornada para 40 horas sem redução salarial; valorização das aposentadorias; 10% do PIB para a educação; 10% do orçamento da União para a saúde; transporte público de qualidade; reforma agrária e suspensão dos leilões de petróleo.

Força da luta -  Por todo o Brasil, os trabalhadores estão demonstrando seu poder de força e união, Dia Nacional de Mobilização e Paralisação. Bancários, químicos, rodoviários, metalúrgicos, metroviários, enfermeiros, operários da construção civil, professores, servidores públicos saíram às ruas para lutar pela pauta da classe trabalhadora.

“Temos feito paralisações parciais e, onde possível, manifestações. As atividades mais fortes envolvem professores, bancários e rodoviários”, disse à Agência Brasil o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Em São Paulo, metalúrgicos, químicos e professores se concentraram na Praça da República a partir das 11h. Servidores federais e estaduais também paralisaram atividades em diversas repartições. Também ocorrem manifestações em Bauru, Santos, Rio Claro e Araraquara.

A Rodovia Anchieta foi palco de manifestação de moradores que reivindicam mais saúde e segurança.

No Rio Grande do Sul, os trabalhadores da educação já estavam em greve em Porto Alegre desde o dia 23 e reforçam o dia nacional de paralisações. Além disso, poucos ônibus circularam na capital gaúcha e dois protestos prejudicam circulação na Trensurb. Em Canoas, bancários, rodoviários, petroleiros e metalúrgicos também protestaram.

Em Minas os terminais de ônibus e metroviários pararam em Belo Horizonte, bem como professores municipais e estaduais. Pelo interior, metalúrgicos paralisaram atividades em diversas cidades e os complexos de mineração da Vale e da CSN, na região de Mariana, também aderiram.

No Rio de Janeiro, participaram trabalhadores da educação estadual e municipal, que já estavam em greve. Os petroleiros cruzaram os braços por três horas no turno do Cempes.

Ainda no Rio, bancários pararam até o meio dia as agências da Avenida Rio Branco. Funcionários do Banco do Brasil protestaram na hora do almoço. Também houve manifestações nas cidades fluminenses de São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Volta Redonda, Niterói, Macaé e Friburgo.

Em Natal, capital do Rio Grande do Norte, cerca de mil trabalhadores participaram do Dia Nacional de Mobilização e Paralisação na parte da manhã.

Em Salvador, Bahia, houve manifestações nas bases dos sindicatos cutistas desde a madrugada até o meio-dia. Também ocorreram paralisações em setores como indústrias, serviços, educação, saúde, polícia civil, rodoviários, alimentação, guarda municipal, polo petroquímico. Ao todo, cerca de 10 mil trabalhadores participaram dos atos.

Em São Luis, capital maranhense, paralisação total dos rodoviários.

No Pará, houve mobilização dos operários da construção de Belém, Ananindeua e Marituba.

Em Teresina servidores municipais ocuparam a secretaria de Educação.

Curitiba (foto) viveu protestos de servidores municipais e estaduais da educação.

Fortaleza teve clima de greve geral. Todos os sete terminais de ônibus da cidade não funcionaram desde as 5h. Diversas categorias estão de braços cruzados, entre elas, operários da construção civil, bancários, professores das redes estadual e municipal, judiciários estaduais, enfermeiros, servidores públicos federais e municipais – inclusive os terceirizados -, as três universidades estaduais, o comércio, trabalhadores da Funasa e outros.

Em Brasília, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), entidade representativa de mais de 2,5 milhões de pessoas e maior confederação filiada à CUT, montou acampamento em frente ao Senado Federal até que o Plano Nacional de Educação tenha uma solução definitiva. Os aeroviários realizaram ato no aeroporto internacional, e os trabalhadores dos Correios fizeram um ato pela manhã em frente ao edifício sede da empresa.


Gisele Coutinho, Rodolfo Wrolli e Renato Godoy - 30/8/2013
(Atualizado às 18h31)

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