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MP cobra condições de trabalho na Samsung

Linha fina
Cerca de 30% dos 6 mil empregados da fábrica de Manaus adoeceram em um ano. Trabalham em pé durante jornada de 10 horas diárias com apenas duas pausas para ida ao banheiro
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São Paulo – Jornadas exaustivas, terceirização irregular de funcionários, condições de trabalho inadequadas e alta taxa de adoecimento. Essas foram algumas das denúncias feitas pelo Ministério Público do Trabalho de Manaus contra a Samsung. O MPT entrou com uma ação civil pública contra a Samsung que pede a indenização de R$ 250 milhões e melhoras nas condições de trabalho dos cerca de seis mil empregados da fábrica da empresa na Zona Franca de Manaus.

Eles representam cerca de 30% dos funcionários da Samsung. Todos foram afastados por motivo de doença ocupacional, principalmente LER/Dort, no período de um ano. Um dos procuradores do Ministério Público, Ilan Fonseca, apontou na ação que esses afastamentos afetam o trabalhador, a família e a sociedade, já que boa parte das licenças é paga pelo INSS.

Durante fiscalização, o procurador ficou surpreso com o ritmo intenso de trabalho na fábrica, com muitos movimentos por minutos. Os cálculos feitos pelos auditores indicam que o número de movimentos realizados pelos operários da Samsug corresponde a três vezes o limite considerável aceitável pelos padrões ergonômicos. Os funcionários contam com apenas duas pausas de dez minutos cada para ir ao banheiro, isso dentro da jornada de dez horas diária. Sobre o assunto, o objetivo da ação é aumentar o número das pausas.
Outra reivindicação é que a empresa melhore as condições das estações de trabalho, já que a maioria dos funcionários permanece em pé durante a extensa jornada.

Próximo passo – Os procuradores vão pedir à Justiça que conceda tutela antecipada, o que pode obrigar a empresa a cumprir as medidas de melhora das condições de trabalho antes mesmo do julgamento final do processo. Já o pagamento da indenização só será decidido após a defesa da Samsung e a conclusão da ação. Se for mesmo pago, o dinheiro vai para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).


Redação, com informações do jornal O Globo – 14/8/2013

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