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Segurança: bancários contestam dados dos bancos

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Em reunião com representantes das instituições financeiras, trabalhadores também debateram o projeto piloto em fase de implantação no Recife
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São Paulo – O movimento bancário participou com a Fenaban de mesa temática sobre Segurança Bancária nesta terça-feira 20. A entidade representativa dos bancos apresentou as estatísticas de assaltos a agências e postos bancários no primeiro semestre de 2013, conforme estabelece a cláusula 31 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

> Vídeo: matéria especial sobre segurança

De acordo com o levantamento, o número de roubos caiu de 260, no primeiro semestre de 2012, para 169, nos seis primeiros meses deste ano. “É óbvio que nós contestamos esses números, pois só na cidade São Paulo houve a ocorrência de 119 assaltos no período”, rebateu o diretor-executivo do Sindicato Daniel Reis.

Outro ponto discutido foi o projeto piloto de segurança que está sendo implantado em cidades da região metropolitana de Recife. Conquista da Campanha Nacional 2012, prevê a instalação de uma série de equipamentos em agências como por exemplo, portas giratórias de segurança e biombos para separar os clientes que estão utilizando os caixas eletrônicos dos que estão aguardando na fila.

Daniel Reis considerou a reunião positiva, já que a Fenaban se comprometeu a apresentar até o dia 23 de setembro os números relativos ao programa recolhidos entre junho e agosto. “Isso se as reivindicações da Campanha Nacional já tiverem sido atendidas pelos bancos. Caso contrário, provavelmente nesta data estaremos em greve”, ressaltou.

E o bancário? – E como esses assaltos atingem os trabalhadores da categoria? Essa é uma das maiores preocupações do Sindicato. Entre as reivindicações da campanha deste ano estão a exigência por mais segurança e a proibição do porte das chaves de cofres e agências por bancários.

Se os banqueiros não se negassem a atender a medida, hoje, a vida de uma bancária, que não será identificada para preservar sua identidade, poderia ser outra. Há quase dez anos ela sofre de síndrome do pânico e o drama começou quando ela fazia seu trajeto diário, de sair de casa, ir até a agência próxima ao posto de atendimento bancário que trabalhava, para pegar a chave do cofre do local.

“Todos os dias eu tinha que dar entrada no cartão de ponto na agência e pegar documentação, a chave do cofre do posto de atendimento. Iam eu, mais três funcionários e o motorista até o posto. Era a mesma rotina de segunda a sexta. No caminho, houve uma tentativa de assalto. Um motoqueiro se aproximou do carro, mencionou que era assalto e o motorista acelerou o carro e tentou fugir. Eu estava sentada na frente, ele atirou e o tiro pegou de raspão na minha perna”.

As consequências estão aí até hoje. Fisicamente, a bancária se recuperou, mas continua afastada por transtornos psicológicos.


Gisele Coutinho e Rodolfo Wrolli – 20/8/2013

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