São Paulo – Cerca de 60 delegados sindicais do Banco do Brasil tiraram o dia para se debruçar sobre as reivindicações específicas de departamentos e agências com o objetivo de ampliar a mobilização dos trabalhadores na Campanha Nacional 2014.
Entre as questões discutidas na quinta 28, no Sindicato, Cassi e Previ para todos, ações judiciais de sétima e oitava horas, terceirização no Cenop Imobiliário, pressão e assédio sobre gerentes do chamado “carteirão”, fim inesperado do projeto SAF (Sistema de Atendimento ao Funcionário) foram as que tomaram maior espaço no encontro.
Saúde e previdência – Sobre Cassi e Previ para todos, os delegados sindicais propuseram a realização de plenárias para discutir estratégias com o objetivo de pressionar o Banco do Brasil a negociar.
Os empregados incorporados com a compra da Nossa Caixa pelo BB, em 2009, são vinculados ao instituto de seguridade Economus, enquanto os outros trabalhadores do BB são beneficiários das caixas de assistência Cassi e de previdência Previ. A diferenciação acarreta sentimento de desigualdade. Além disso, quem tem Economus, principalmente após a aposentadoria, paga mais de contribuição, para a qual não há aporte financeiro do BB.
Na primeira rodada de negociação específica entre representantes dos trabalhadores e da direção do Banco do Brasil, ocorrida em 22 de agosto, o negociador da instituição financeira afirmou que não discutirá o tema até o desfecho de ações judiciais que reivindicam o direito.
> BB se nega a discutir questões relativas a Cassi
Os trabalhadores continuarão a cobrar solução.
Demandas – A luta contra a terceirização foi reafirmada com a preocupação relativa à transferência de operações bancárias, principalmente do Cenop Imobiliário para a empresa BB Tecnologia, antiga Cobra. “Os trabalhadores têm medo de enxugamento e obrigação de se transferir para outros departamentos”, relata o integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários Claudio Luis de Souza.
Outra denúncia levada à plenária foi a pressão vivida por gerentes do “carteirão”, setor que congrega grande quantidade de contas de correntistas de menor renda ou ainda não segmentadas. “Além de uma carteira de pessoas físicas enorme, esses gerentes têm de cuidar das contas de pessoas jurídicas”, explica Claudio Luis.
Motivo de insatisfação apontado também foi o fim do projeto SAF (Sistema de Atendimento ao Funcionário), que seria um setor para ajudar o bancário em suas dúvidas de trabalho, com relação ao sistema e/ou a procedimentos. “Funcionários foram designados a participar do piloto, há cerca de três meses, e agora estão voltando, pois o projeto foi abortado”, conta o dirigente.
Próximos passos – Representantes do Sindicato lembraram a importância da participação da categoria no Plebiscito Constituinte (veja o vídeo), que visa reforma por maior representação política da sociedade, e esclareceram os delegados sobre ação judicial vitoriosa que beneficia todos os assistentes B do Cenop Imobiliário no pagamento retroativo das sétimas e oitavas horas.
Entre as propostas feitas pelos delegados sindicais, além de uma plenária para debater Cassi e Previ para todos, está a realização de um debate com trabalhadores da gerência média, representados por gerentes de relacionamento e assistentes, para maior integração à Campanha Nacional 2014.
Outras ideias apresentadas foram a realização de um abaixo-assinado contra resoluções do Banco Central que permitem que correspondentes exerçam trabalho bancário e o estabelecimento do dia 12 de setembro como indicativo de dia de luta dos trabalhadores do BB. A reunião seguinte ficou marcada para 11 de setembro.
Mariana Castro Alves – 29/8/2014
Linha fina
Com propósito de aumentar mobilização, foram discutidos Cassi e Previ para todos, ações de sétima e oitava horas, terceirização no Cenop Imobiliário, pressão sobre gerentes do “carteirão”, fim do SAF
Imagem Destaque