São Paulo – Eram cerca de três da tarde quando dois indivíduos, um desarmado e outro com uma arma de brinquedo, entraram em uma agência do Bradesco no bairro de Guaianases, zona leste da capital, com a intenção de realizar um assalto, na segunda 25.
Enquanto o marginal com arma de brinquedo se colocou ao lado do caixa, o desarmado tentou segurar o vigilante, que, assustado, baleou aquele que o tentava render. O pânico tomou conta da unidade, localizada no Jardim Lageado, e fez mais assaltantes, que estavam do lado de fora, começarem a atirar sem parar.
Apesar da rajada de tiros, que destruiu a fachada e estilhaçou a entrada de vidro, nenhum trabalhador ou cliente ficou ferido fisicamente. Os dois assaltantes que entraram na agência foram presos.
Assim que informados, representantes do Sindicato se dirigiram para o local para verificar a situação dos trabalhadores e impedir a abertura da agência que, segundo testemunhas, estava cheia no momento da ação dos criminosos.
CAT - O Bradesco enviou profissional da área da psicologia no dia seguinte, terça 26, quando a unidade permaneceu fechada, ainda com sangue no carpete. De acordo com relatos, os trabalhadores ainda estavam bastante abalados.
“Pressionamos também o Bradesco para que emita a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), uma garantia que o trabalhador tem junto ao INSS, caso venha a sofrer algum adoecimento mental que possa ser relacionado ao incidente”, afirma a dirigente sindical Érica de Oliveira.
O boletim de ocorrência foi aberto, mas até o final da manhã de quarta 27, não havia informações de que a instituição tenha expedido a CAT: “O banco precisa rever essa prática de não registrar essa documentação que pode provar o nexo entre doenças psicológicas e falta de segurança nas agências”, disse a diretora do Sindicato Érica.
As condições inseguras de trabalho estão entre os maiores problemas vividos pelos bancários, causando medo constante e levando ao adoecimento. No primeiro semestre de 2014, foram 1.693 ocorrências violentas contra bancos no país, um crescimento de 9,1% em relação ao mesmo período do ano passado. São Paulo lidera o ranking com mais de 400 atentados.
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Mariana Castro Alves – 27/8/2014