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Financeiras recusam avanços e forçam greve

Linha fina
Representantes dos patrões negam reajuste digno e ampliação de direitos aos trabalhadores; assembleia na segunda-feira 5 no Sindicato vai decidir sobre paralisação a partir de 8 de setembro
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São Paulo – Dinheiro tem. Em 2015, o setor financiário cresceu 20% em relação ao ano anterior, apresentando lucro de R$ 3,8 bilhões. Mesmo assim os patrões recusam-se a negociar reajuste salarial digno e avanços nas reivindicações dos financiários. Este é o resumo da quarta rodada de negociação entre dirigentes sindicais e a federação das financeiras (Fenacrefi), na terça-feira 30.

Com isso, os representantes dos trabalhadores orientam a realização de assembleia para deliberar sobre greve por tempo indeterminado a partir de 8 de setembro. A dos financiários de São Paulo, Osasco e região será na segunda-feira 5, a partir das 18h30, na sede do Sindicato (Rua São Bento, 413, próximo a estação São Bento do Metrô).

Na negociação de terça, foram debatidas cláusulas econômicas e relativas à contratação, prorrogação da licença-paternidade para 20 dias e parcelamento do adiantamento de férias.

Debates econômicos – As financeiras mantiveram sua proposta de reajuste salarial de 7,86% mais abono de R$ 1 mil. Considerada baixa pelos sindicalistas, pois o índice corresponde a 80% do INPC de 9,83% (referente a junho de 2016). Muito aquém da reivindicação dos financiários: reposição da inflação mais 5% de aumento real.

“Desde a entrega da minuta até esta última rodada de negociação, os financiários não obtiveram avanços nas cláusulas sociais e econômicas. É inadmissível um índice tão baixo, uma vez que o lucro das financeiras se encontra nas alturas. A categoria vai intensificar as mobilizações e dizer aos financiários de todo o país: Só a luta te garante!”, destacou o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.

Outro ponto negado pela Fenacrefi foi a discussão de um novo modelo de Participação de Lucros e Resultados, com previsão de adiantamento de um percentual de salário e aumento da parcela adicional.

Contratação – Diante da falta de funcionários contratados diretamente pelas financeiras e com o grande número de prestadores de serviços, os dirigentes sindicais cobraram que as empresas incorporem os trabalhadores terceirizados. A Fenacrefi se negou a debater a questão.

Segundo Jair Alves, diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Organização dos Financiários, esse debate deve ser feito de imediato e os representantes dos trabalhadores irão, agora, fazê-lo por empresa. “Não podemos admitir que as financeiras continuem terceirizando um serviço que é de reponsabilidade delas”, explicou.

Entre as questões sociais debatidas, os financiários não obtiveram avanço para a prorrogação da licença-paternidade, visto que muitas instituições financeiras ainda não são cadastradas no Programa Empresa Cidadã.

“Após quatro rodadas, as negociações não avançaram mais, não restando outra alternativa senão levar aos trabalhadores a contraproposta apresentada pela Fenacrefi, com indicativo de greve”, enfatiza Marta Soares, dirigente sindical que participa das negociações com as financeiras. “É importante que todos acompanhem as nossas informações e participem da assembleia para definirmos, juntos, os rumos da campanha.”

> Confira agenda de negociações 

 

Redação, com informações da Contraf-CUT – 30/8/2016
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