Com o plenário principal da Câmara dos Deputados lotado, a CUT foi homenageada, na segunda-feira 27, pelos seus 35 anos de vida, luta e resistência, que será comemorado na terça-feira 28. Ao longo da solenidade, dirigentes que participaram do ato denunciaram a prisão política do ex-presidente Lula, candidato às eleições deste ano, empunhando cartazes e gritando Lula Livre. A presidência da Casa também permitiu que os sindicalistas entrassem no plenário Ulysses Guimarães vestindo camisetas de seus sindicatos, federações e confederações, e o tradicional colete vermelho da CUT.
A reportagem é do Portal CUT.
Da tribuna, a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, lembrou que a história da Central se mistura com a do país nas últimas três décadas. “Desde o nascimento da CUT lutamos pela democracia, direitos, trabalho decente, inclusão de jovens, mulheres, indígenas e sem terra”, destacou a dirigente.
“Mas o que produzimos de melhor para enfrentar a luta de classes aqui em nosso país foi o maior presidente da República, que é o Lula, um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores. Portanto, para nós, CUTistas, nesse momento o que é mais importante na luta por direitos é retomar a democracia e ter Lula livre para que possamos votar no candidato que representa os trabalhadores e as trabalhadoras.”
A dirigente também falou sobre o lançamento da Plataforma da CUT – Eleições 2018, com propostas da classe trabalhadora para os candidatos à Presidência da República, que também será lançado na terça-feira 28, à noite.
Segundo Carmen, a plataforma expressa a visão econômica, de inclusão e de desenvolvimento para o país, com geração de emprego e renda e, também, propõe uma reforma na estrutura tributária. Nestes últimos 35 anos, nada aconteceu em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras e contra os interesses da burguesia, que não tenha passado pela CUT, declarou o presidente nacional da Central, Vagner Freitas, que agradeceu a homenagem recebida na Câmara Federal.
Vagner falou do árduo trabalho dos últimos dois anos, capitaneado pela CUT em parceria com os movimentos sociais, parceiros incansáveis na luta por direitos sociais e trabalhistas.
“Tudo o que conseguimos salvar até hoje foi pela atuação da CUT e dos movimentos sociais, como a retirada da reforma da Previdência na pauta dos golpistas e, mais recentemente, a negociação dos bancários que garantiram 5% de reajuste salarial com manutenção de direitos, em uma negociação bastante tensa”, se referindo a greve geral de 28 de abril do ano passado, que barrou a reforma da Previdência e a Campanha Salarial dos Bancários.
Segundo o presidente da CUT, apesar de reforma trabalhista ter sido aprovada, o movimento sindical tem condição de reverter o estrago feito na CLT. "A gente não esmoreu e continua lutando“, afirma Vagner Freitas.
'Me lembro das reuniões preparatórias de fundação da CUT como se fosse hoje', discursou o deputado petista Vicentinho, primeiro presidente da Central. “Aprovamos no 1º Conclat em 1981 (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora) a criação, eleição e uma comissão nacional pró-CUT. O objetivo era fundarmos a nossa Central em 1982, mas devido a uma série de ajustes, só foi possível construir uma central sindical democrática um ano depois, em 1983”, recordou o parlamentar.
“E foi assim, com a presença de mais de cinco mil delegados e delegadas do campo e da cidade, entre eles Chico Mendes e Margarida Alves. Estava lá nosso grande articulador Lula, Avelino Ganzer, Jair Meneguelli, que depois foi nosso presidente, e tantas outas pessoas que acreditaram, que a CUT foi fundada e consolidada. Hoje essa central, ao completar 35 anos, mantém coerência dos seus propósitos e relação com suas bases”, diz Vicentinho.
A sessão solene realizada na Câmara dos Deputados foi solicitada pelo deputado federal Vicentinho (PT-SP), ex-presidente da Central e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF), ex-presidenta da CUT-DF. Na ocasião também foi comemorado o 39º aniversário da sanção da lei da Anistia.
Fundada no dia 28 de agosto de 1983, em plena ditadura militar, a CUT foi a primeira central sindical brasileira e está entre as cinco maiores do mundo. Atualmente, a central está organizada em 26 Estados e no Distrito Federal e tem 3.980 entidades filiadas, 7,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras associados/as e 25,8 milhões em toda a base.