Enfrentando altos índices de desemprego e sofrendo com as reformas de Temer, a juventude celebrou no dia 12 de agosto o Dia Internacional da Juventude. A data foi instituída após a resolução da Assembleia Geral da ONU, em 1999, em resposta à recomendação da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude, reunida em Lisboa, de 8 a 12 de Agosto de 1998.
Segundo Bruno Caetano, dirigente sindical e integrante do coletivo de juventude do Sindicato, esse ano os jovens não têm muito a comemorar por conta da atual conjuntura. Em fevereiro de 2018, quando o Brasil tinha mais de 12 milhões de desempregados, os jovens entre 18 e 24 anos representavam 26,5% deles, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Hoje, o quadro de pessoas sem trabalho chega aos 13 milhões e os dados tendem a ser cada vez piores para a juventude.
O dirigente ainda cita que os cortes promovidos por Temer em algumas áreas acabam afetando projetos previstos para saúde, educação, cultura e esporte, e os jovens acabam sendo deixados de lado. Mas o movimento sindical aposta na mobilização para tentar barrar os graves problemas.
“Estamos nos organizando entre os movimentos sociais e estudantis. Buscando ocupar espaços em conselhos, diretorias e representações com uma das estratégias para barrar o desgoverno e o retrocesso que ele gera ao aprovar pautas que prejudicam a juventude e criam barreiras que dificultam o ingresso no mercado de trabalho e nas universidades, retira a esperança de um futuro seguro e aumenta a desigualdade social”, diz.
Desafios para a categoria bancária
O dirigente comenta ainda que além das lutas igualitárias da sociedade, os jovens bancários têm muitos outros desafios. E talvez um dos maiores deles seja conscientizar uma grande parcela da categoria, que é jovem, de que os direitos que eles têm vieram através de muita luta.
“Há muitos jovens que não têm consciência da importância do Sindicato e das lutas que ele fez no passado para que hoje tivéssemos direitos. O nosso desafio é dialogar com esses trabalhadores e mostrar que as conquistas só continuarão se estivermos juntos e lutando pelo mesmo ideal, mobilizados e avançando contra esse modelo neoliberalista, fascista, preconceituoso e meritocrata que adoece e nos torna individualistas”, diz Caetano.
Participações Internacionais
Ao contrário das dificuldades internas, o dirigente destaca que a internacionalmente a juventude sindical deu um grande salto ao participar do 5º Congresso Mundial da UNI Global Union, realizado em junho, em Liverpool, na Inglaterra.
A dirigente sindical e vice-presidenta da Juventude Uni Américas, Lucimara Malaquias, destaca que o aumento da participação dos jovens têm sido pauta permanente da juventude sindical, seja nos fóruns deliberativos da UNI ou nos sindicatos locais, por três motivos.
Primeiro porque a juventude é o segmento que mais sofre com o desemprego, com índices que superam 40% em diversos países. Outro motivo é o primeiro emprego, que na maioria das vezes é precário, com vínculos trabalhistas frágeis ou inexistentes. E, por último, por conta da existência e eficiência dos sindicatos, que no médio e longo prazo passam pela necessidade de renovação e formação de seus quadros.
“Os jovens têm sido protagonistas no enfrentamento das pautas conservadoras, sejam engajados no movimento social, sejam engajados no movimento estudantil. Nós podemos catalisar esta energia também para o movimento sindical. Nós entendemos ser prioritário o envolvimento da juventude”, diz .
A UNI Global Union é um sindicato internacional, fundado na Suíça em 2000. Atualmente atua em 140 países, com 900 sindicatos filiados e representa mais de 20 milhões de trabalhadores.
1ª Festival Antifacista e Pela Democracia
Para relembrar a data e discutir assuntos de importância para os jovens, o Sindicato e a Secretaria da Juventude da Contraf-CUT realizarão no sábado 18 de agosto o 1º Festival Antifascista e Pela Democracia. O evento musical, aberto ao público, acontece na Regional Paulista (Rua Carlos Sampaio, 305, próximo ao metrô Brigadeiro), a partir das 13h. Entrada é gratuita.
> 1º Festival Antifascista e pela Democracia acontece dia 18!
Oficina de grafite
E seguindo o calendário das atividades voltadas ao público jovems, a Secretaria de Juventude da CUT-SP promove, no dia 25 de agosto, sábado, uma oficina com práticas e vivências sobre o grafite. A atividade será realizada pelo artista de grafite Rodrigo Smul e terá início às 13h30.
A oficina irá ocorrer na laje da sede da CUT (Rua Caetano Pinto, 575, no Brás) e é voltada para todos os públicos. Para participar, basta enviar email até o dia 20 para [email protected], informando nome, dados para contato e a entidade que participa. A taxa de contribuição é de R$ 20 reais.