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Chapéu
Campanha 2020

Em negociação, Caixa não traz respostas e ataca direitos

Linha fina
Na terceira mesa de negociação específica, no âmbito da Campanha Nacional dos Bancários 2020, representantes do banco público se calam sobre maior parte das reivindicações, avançam pouco e ainda atacam direitos como a PLR; Somente a mobilização de todos os empregados pode assegurar os direitos!
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Arte: Linton Publio/Seeb-SP

Aconteceu nesta segunda-feira 17, de forma virtual, a terceira mesa de negociação específica da Caixa no âmbito da Campanha Nacional dos Bancários 2020. Neste encontro, a CEE/Caixa (Comissão Executiva dos Empregados da Caixa) debateu com os representantes do banco questões relacionadas à igualdade de oportunidades e às cláusulas sociais. 

> Segunda negociação: saúde em primeiro lugar
> Primeira negociação: home office 

“A Caixa praticamente não apresentou respostas às nossas reivindicações, e os avanços são mínimos, o que é extremamente grave tendo em vista o avanço da Campanha Nacional dos Bancários 2020. Cobramos dos representantes do banco uma posição sobre a pauta que apresentamos, incluídas questões como PLR e Saúde Caixa. Reforçamos nosso posicionamento de manter as cláusulas sociais e avançando nos direitos como, por exemplo, a redução de tarifas e juros, o que se aplica aos empregados da ativa e aposentados”, relata Leonardo Quadros, diretor da Apcef-SP, que na suplência representa a Fetec-SP na CEE/Caixa.

A Caixa alega dificuldades com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) para manter a PLR no formato conquistado pelos empregados e mantido nos últimos anos. Além disso, os representantes do banco informaram que a Caixa deseja aplicar o parcelamento de férias em três períodos e intervalo de almoço de 30 minutos para a jornada de oito horas, conforme prevê a reforma trabalhista. O banco alega que foi indagado pelo Ministério Público do Trabalho sobre estas questões, que seriam importantes para “flexibilizar” a jornada dos empregados. 

“Além de não apresentar respostas às nossas reivindicações, a Caixa dá claros sinais de que pretende avançar contra as conquistas dos empregados. Não aceitamos nenhum direito a menos! Exigimos a nossa PLR e a PLR Social no formato conquistado! Cobramos o Saúde Caixa para todos, além de condições de trabalho adequadas e a justa valorização pelo nosso trabalho. Atacar os direitos dos empregados da Caixa, quando mais uma vez os trabalhadores dão um exemplo de compromisso com a sociedade, ao contrário do governo federal, é inadmissível! Mais do que nunca precisamos da mobilização de todos os empregados e empregadas. A Caixa 100% Pública e os nossos direitos estão seriamente ameaçados. Somente com a nossa união e mobilização venceremos mais essa batalha”, conclama o diretor do Sindicato e membro da CEE/Caixa, Dionísio Reis.  

Igualdade de Oportunidades

A CEE/Caixa enfatizou que a Caixa foi o único banco a não participar do Censo da Diversidade; tratou das dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência (PCDs) nos locais de trabalho e suas reivindicações; lembrou que a contratação de PCDs foi fruto de ação judicial do movimento sindical; e destacou o fato de que a Caixa nunca apresentou qualquer proposta para combater o racismo estrutural, algo grave para um banco que deveria ser pioneiro no tema, uma vez que precisa atender todas a sociedade brasileira, fortemente caracterizada por sua diversidade. Para os representantes dos empregados, o tema igualdade de oportunidades deve ser debatido permanentemente, e não apenas nas campanhas nacionais da categoria. 

Por sua vez, a Caixa alegou que demorou a aderir ao Censo da Diversidade e que a adesão foi baixa. Porém, não citou qualquer ação do banco para aumentar a participação dos empregados. O banco também reconheceu que precisa avançar nas condições de trabalho para PCDs, uma vez que existe uma dispersão muito grande entre as chefias no tratamento dos empregados. 

Caixa: pais de PCDs fazem abaixo-assinado por reivindicações específicas

Saúde Caixa 

A Caixa confirmou para a quarta-feira 19 a realização de mesa de negociação específica sobre o Saúde Caixa, conforme reivindicado pela CEE/Caixa, e que prepara uma proposta para o tema. 

Jornada

Sobre a jornada de trabalho, a Caixa alegou que reduziu em uma hora o horário de fechamento das agências, ao invés de abrir uma hora depois, porque a maior parte dos atendimentos estaria concentrada no início do dia. Os representantes do banco afirmaram que haverá ampla divulgação sobre a mudança de horário, que terá início na terça-feira 18. 

Rodízio nas agências

Sobre o rodízio, a Caixa se comprometeu à mantê-lo e reconheceu sua importancia para a proteção à saúde. Esclareceu ainda que os SEVs têm autonomia de realocar os empregados entre as unidades para garantir o rodízio, e serão orientados a atuar neste sentido.

Superlotação e cobrança de metas 

A CEE/Caixa ressaltou a preocupação com a orientação vinda do próprio VIRED de colocar a maior quantidade possível de pessoas nas agências, e os impactos para saúde dos empregados e da população. Questionou também a incongruência da cobrança de metas e a resposta oficial da empresa de que o atendimento presencial seria limitado aos serviços essenciais, reivindicando que a cobrança de metas em meio à pandemia de coronavírus seja revista. 

A Caixa respondeu que os negócios devem ser feitos pelos empregados que estão em trabalho remoto, e não pelos que estão na agência. Entretanto, a CEE/Caixa esclareceu que, na prática, o que ocorre é o contrário. Que, pelo fato de estarem sendo cobrados por metas, os gerentes gerais não vão liberar empregados para atuarem em outras unidades, comprometendo o rodízio. 

Os representantes dos empregados destacaram ainda que mudanças de sistemas e calendários em meio à pandemia, somadas à cobrança de metas, contribuem para piorar o clima nas unidades, que já é horrível. “Equilibrar um bom atendimento nas agências com a proteção à saúde dos empregados passa necessariamente pela não cobrança de metas neste momento. Cobramos respostas quanto à esta reivinidicação”, diz Leonardo Quadros. 

A CEE/Caixa enfatizou ainda que existem unidades que continuam convocando empregados do grupo de risco para o trabalho presencial, cobrando uma posição mais firme do banco para que a orientação de manter o home office seja respeitada. 

Por sua vez, a Caixa se comprometeu em reforçar as orientações para as unidades como a higienização adequada, respeito ao rodício, e home office para empregados do grupo de risco. 

Caixa: não há recomendação de retorno presencial e metas nas agências

Terceirizados 

Sobre a cobrança da CEE/Caixa para que o banco se responsabilize pelos terceirizados, assegurando que sejam afastados em caso de grupo de risco e suspeita ou confirmação de Covid-19, a Caixa alega que não pode intervir nos terceirizados, mas que orienta as empresas prestadoras a avaliar o afastamento e que não pode garantir que os terceirizados afastados não tenham o contrato de trabalho rescindido ou prejuízos na remuneração. 

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