O Itaú instaurou um verdadeiro clima de terror entre os bancários lotados na Superintendência de Planejamento de Qualidade, setor que fica no Ceic. Além de demissões, vários funcionários têm recebido ligações em que são solicitados a ligarem a câmera, e após isso o gestor dá um prazo de somente 10 dias para que eles consigam se realocar no banco.
“Esse prazo é inadmissível! Ninguém consegue mudar de setor no banco em tão pouco tempo. Então dá para imaginar a pressão pela qual esses trabalhadores estão passando. Por conta disso, esses funcionários estão adoecendo. Recebemos diversas denúncias de bancários e já procuramos o banco pedindo explicações. O banco ficou de averiguar e nos dar a resposta”, informa Sérgio Francisco, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e funcionário do Itaú.
Sérgio Francisco destaca que os bancários não têm nem mesmo informações sobre o que ocorrerá com o setor. “Eles não são informados nem sobre o que ocorrerá com a área em questão. Estão totalmente no escuro e com esse prazo absurdo para acharem um outro local para trabalhar”, conta.
Muitos dos bancários reclamam que tiveram ótimas avaliações no eixo X e eixo Y, que é a forma que o banco utiliza para avaliar os trabalhadores, e mesmo assim ou foram demitidos ou pressionados a acharem nova colocação no banco. “Alguns nos disseram que parece que o Itaú não tem interesse em quem se dedica ao trabalho, porque são funcionários que não faltam, que entregam os resultados exigidos, são bem qualificados, inclusive receberam o PRAD [Programa de Remuneração por Alto Desempenho]. Isso sem falar que as pessoas estão procurando o POC [Programa de Oportunidade de Carreira], que é o programa de realocação do banco, e não estão encontrando vagas.”
Segundo o dirigente, já passa de 20 o número de bancários desse setor que foram demitidos ou que receberam prazo de 10 dias para realocação. “O Sindicato cobra do banco a suspensão das demissões e do prazo estipulado para a realocação, e que esclareça os trabalhadores sobre o que de fato está ocorrendo nessa área do Ceic. Enquanto a resposta do Itaú não vem, orientamos os bancários que estiverem passando por isso a continuarem nos procurando. Os relatos dos bancários são peça fundamental para que possamos cobrar melhores condições de trabalho e respeito do banco”, diz o dirigente.