Bancários de todo o Brasil voltaram a protestar nesta segunda-feira 26 para pressionar os bancos a apresentarem proposta decente na mesa de negociação, no âmbito da Campanha Nacional dos Bancários (campanha salarial), que busca a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho e dos acordos coletivos de trabalho específicos de bancos.
Nesta terça-feira 27 ocorrerá nova rodada de negociação, e os trabalhadores esperam uma proposta de reajuste bancário 2024 que contemple o esforço dos trabalhadores na construção do lucro dos bancos.
Além da apresentação de uma proposta decente na mesa com a Fenaban, as atividades cobram o fim da terceirização, a preservação dos empregos bancários, melhores condições de trabalho e o fim do adoecimento causado pela imposição de metas abusivas.
A atividade ocorre quatro dias depois de o Santander apelar para a violência policial no último Dia Nacional de luta, deflagrado na quinta-feira 22.
Na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, as atividades voltaram a se concentrar nos locais de trabalho do Santander. Isto porque o banco espanhol vem promovendo um intenso processo de terceirização de trabalhadores, por meio da fraude na contratação, e pelo episódio de violência policial ocorrido na quinta-feira 22.
Foram realizadas reuniões nos locais de trabalho para diálogo com os bancários. Os protestos atingiram também as redes sociais, como a hashtag #MerecemosRespeito.
Fraude na contratação
O Santander está transferindo seus funcionários para outras empresas do mesmo conglomerado, cada uma com um CNPJ diferente e vinculada a um sindicato distinto. É uma forma encontrada pelo banco para fragmentar seus trabalhadores – enfraquecendo a representação sindical – e reduzir direitos e remuneração.
O Santander está promovendo este processo desde o segundo semestre de 2021. E utiliza, para isto, empresas criadas para este fim, como STI, SX, Santander Corretora, F1RST, Prospera e SX Tools.