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Chapéu
1º semestre de 2024

Com lucro de R$ 6,1 bilhões, Caixa pode valorizar seus empregados

Imagem Destaque
Arte em desenho composta de um gráfico em linha indicando subida, moedas, um homem oportando um tablet e, ao fundo o X do logo da Caixa

A Caixa Econômica Federal obteve lucro líquido recorrente de R$ 6,170 bilhões no primeiro semestre de 2024, crescimento de 36,6% em relação ao primeiro semestre de 2023.

O lucro líquido contábil foi de R$ 5,748 bilhões, influenciado pelo resultado do Programa de Desligamento Voluntário (PDV) de 2024, que representou impacto negativo de R$ 421,6 milhões. Em termos contábeis, o lucro apresentou aumento de 27,3% em 12 meses encerrados em junho, e de 33,5% no trimestre.

“Os números por si só reafirmam a condição de a Caixa dar um reajuste decente para os bancários e atender as demais reivindicações da Campanha Nacional 2024 [campanha salarial dos bancários]. Até porque quem gerou este resultado todo foram os seus empregados, que merecem a valorização por meio de um aumento acima da inflação e de melhorias nas condições de trabalho garantidas na renovação do Acordo Coletivo de Trabalho”, afirma Valter San Martin Ribeiro, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Estes resultados estão relacionados ao fato de que a margem financeira totalizou R$ 30,8 bilhões no semestre, o que representou aumento de 6,9% em 12 meses.

Ainda que as receitas de intermediação financeira tenham reduzido 1,2%, as despesas de intermediação financeira tiveram queda ainda mais acentuada, de 4,8% (influenciado principalmente pela redução de 17,9% nas despesas com recursos de instituições financeiras e oficiais).

Soma-se a isso uma diminuição de 4,1% em um ano nas despesas com provisão para perdas associadas ao risco de crédito, que contribuiu para um incremento de 12,5% no resultado bruto da intermediação financeira.

A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do banco (ROE) ficou em 10,07%, com aumento de 1,83 pontos percentuais ao longo de 12 meses e aumento de 0,53 pontos percentuais no trimestre.

As receitas de prestação de serviços e com tarifas bancárias cresceram 6,7% em 12 meses, totalizando R$ 13,4 bilhões no 1º semestre de 2024.

Já as despesas de pessoal, considerando a PLR, cresceram 12,5% em um ano, totalizando R$ 16,3 bilhões. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 82,0% no semestre.

Caixa Federal reduz número de empregados, de clientes e de crédito pessoal

Com abertura de 196 postos de trabalho em 12 meses e o fechamento de 125 no trimestre, o banco encerrou o primeiro semestre de 2024 com 86.669 empregados.

Concomitantemente, a Caixa registrou redução de 711 mil clientes no ano e de 2,9 milhões no trimestre. Em 12 meses, não houve mudança no número de agências, mas foram fechados 65 postos de atendimento, 31 unidades Caixa Aqui e 141 lotéricos.

O saldo da Carteira de Crédito da Caixa teve alta de 10,6% em 12 meses, totalizando R$ 1,175 trilhão em junho de 2024.

O saldo das operações de crédito comercial com pessoas físicas teve redução de 2,5% em comparação ao primeiro semestre de 2023, totalizando R$ 132,4 bilhões.

“Tanto a retração do crédito pessoal como a redução do número de clientes mostram um processo de encolhimento da Caixa causado pela falta de estratégia da direção do banco diante do avanço das fintechs, o que, se não for corrigido, resultará no seu enfraquecimento no varejo, o que é inadmissível para uma empresa pública da dimensão e da importância da Caixa Econômica Federal”, afirma Rafael de Castro, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa.

No segmento de pessoas jurídicas, houve crescimento de 2,9% em 12 meses, somando R$ 97,9 bilhões. Com saldo de R$ 783,6 bilhões e participação de mercado de 67,97%, o crédito imobiliário cresceu 14,8% em 12 meses.

As operações de saneamento e infraestrutura tiveram incremento de 3,4%, no período, totalizando R$ 101,8 bilhões. Com saldo de R$ 59,0 bilhões, o crédito rural apresentou o maior crescimento, de 19,5%.

A taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 2,20%, com redução de 0,14 pontos percentuais na comparação com o 1º trimestre e de 0,59 pontos percentuais em relação ao 1º semestre de 2023.

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