São Paulo, 20/08/24 - A 8ª rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que aconteceu nesta terça-feira (20), terminou com os bancos apresentando propostas de retirada de direitos em vários itens da Convenção Coletiva dos Bancários (CCT), negada pelos representantes dos trabalhadores.
"Entregamos nossa minuta com as reivindicações para os bancos há dois meses e até agora não tivemos retorno sobre o índice, nem as principais questões, como o fim da terceirização e de metas abusivas; combate ao assédio moral, sexual e outras violências no trabalho, entre outras reivindicações", disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro. "Nesta quarta (21) teremos nova reunião e exigimos proposta de reajuste e ampliação dos direitos, não vamos aceitar retrocessos", acrescenta.
Além de ataques à PLR, a proposta da Fenaban, rejeitada pelo Comando, previa a redução dos direitos garantidos aos trabalhadores afastados pelo INSS por motivo de doença e, até mesmo nos vales alimentação e refeição.
Após ameaçarem, nas mesas anteriores, reduzir o teletrabalho, os bancos retrocederam e, nesta terça, apresentaram proposta de manutenção do home office. O Comando deixou claro que a manutenção do teletrabalho é uma prioridade para os bancários e que a categoria não aceitaria retrocessos. A cláusula do teletrabalho foi uma conquista da Campanha passada, de 2022, e os bancários querem avançar nos direitos previstos na CCT, com aumento da ajuda de custo do home office.
Reajuste
A categoria reivindica reajuste salarial que corresponda à reposição pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido do aumento real de 5%, melhoria nos percentuais da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e melhorias nas demais verbas, incluindo tickets alimentação e refeição, auxílio creche e auxílio babá.
"O lucro líquido dos maiores bancos no Brasil cresceu 169% acima da inflação, entre 2003 e 2023. Para 2024, há sinalização de melhora nos resultados. A temporada de divulgação de resultados para o primeiro semestre começou. Juntos, os quatro maiores bancos, lucraram R$ 53,9 bilhões, alta de 13% em relação ao mesmo período de 2023. O lucro recorde, para alguns bancos, tem sido destaque nas mídias. Os próprios bancos fazem questão de ressaltar o excelente resultado. Sendo assim, sinalizam que o ótimo desempenho seguirá. Os trabalhadores querem a parcela deste lucro", finaliza Neiva Ribeiro.