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Chapéu
Políticas públicas

Conferência Livre de Mulheres: Sindicato levará a Brasília, propostas importantes para as bancárias

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Participantes da Conferência Livre de Mulheres do Sindicato posam para a foto

O Governo Federal realizará a 5ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres (CNPM), entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, em Brasília. Para isso, entidades, organizações e movimentos sociais realizaram suas conferências locais com o objetivo de discutir e aprovar até três propostas para levar ao encontro nacional e eleger representantes para participar da 5ª CNPM. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realizou a sua Conferência Livre de Mulheres do Ramo Financeiro no último sábado, dia 2.

As dirigentes sindicais, bancárias de base e algumas familiares, reunidas na sede da entidade (Rua São Bento, 413, Centro), debateram a realidade das mulheres trabalhadoras no setor bancário e no ramo financeiro e aprovaram três propostas importantes para promover mudanças que melhorem suas condições de trabalho e ataquem os principais problemas enfrentados por elas, como assédio moral e sexual, e desigualdades salariais e de carreira em relação aos homens.

“Nossa conferência teve como tema: ‘Construindo a autonomia econômica das mulheres com trabalho digno e igualdade salarial’. Isso já fala muito sobre os problemas enfrentados pelas bancárias em suas carreiras: salários mais baixos que os dos homens e menos possibilidades de ascensão profissional, apesar de terem em média maior escolaridade que os homens bancários”, destaca a dirigente Ana Paula Freire, coordenadora do Coletivo de Gênero do Sindicato e bancária do BB.

A mesa do evento discutiu “Caminhos para o enfrentamento das violências e desigualdades no mundo do trabalho” e contou com as debatedoras Fernanda Lopes, secretária da Mulher da Contraf-CUT e bancária do BB, e Cássia Ribeiro, advogada.

Fernanda falou sobre os números da desigualdade salarial entre homens e mulheres no setor bancário: as mulheres recebem, em média, 19% menos que os colegas homens, e no recorte racial, o cenário é ainda pior, pois as bancárias negras tem remuneração 34,5% inferior à remuneração média do bancário branco do sexo masculino.

Já a advogada Cássia Ribeiro falou do projeto Basta! Não irão nos calar!, que presta assessoria jurídica para mulheres vítimas de violência, outro problema grave que afeta as bancárias e as brasileiras em geral. O Basta! foi uma iniciativa do Sindicato que depois foi adotada pela Contraf-CUT e hoje é desenvolvido em outras regiões do país.

Propostas aprovadas

Justamente por isso, as três propostas aprovadas pelas participantes do evento e que serão levadas à 5ª CNPM foram:

  • Estabelecer licença-parentalidade de 180 dias para cada genitor(a), com 60 dias obrigatórios em conjunto e os demais auto-organizados; 
  • Criar incentivo tributário para que empresas permitam trabalho remoto e flexibilização de horário de trabalho para trabalhadores com deficiência e responsáveis por pessoas com deficiência, priorizando as mulheres nessas situações;
  • Criar programa de cotas para formação e aceleração de mulheres, contemplando todas as interseccionalidades, em áreas estratégicas: tecnologia, investimentos, finanças, engenharias, com incentivo financeiro e cotas para contratação e nomeação em 50% em todos os cargos de gestão.

“Essas propostas serão levadas por nós a Brasília e a ideia é que elas possam servir de base para a construção de políticas públicas pelo Governo Federal, pois esse é o objetivo da Conferência Nacional de Políticas para Mulheres: debater democraticamente com a sociedade os problemas enfrentados pelas brasileiras e as possíveis soluções para esses problemas. A CNPM foi criada na primeira gestão do governo Lula, em 2004, e continuou ocorrendo na segunda gestão de Lula e nas gestões de Dilma, mas foi interrompida a partir do governo Temer. Agora que retomamos a democracia e a participação popular, podemos voltar a discutir formas de combater as desigualdades de gênero no país”, explica a secretária de Cultura do Sindicato, Karen Souza, bancária do Bradesco.

Representantes eleitas

Na plenária final do evento, que aprovou as três propostas, também foram eleitas quatro bancárias para representar as trabalhadoras da base do Sindicato na 5ª CNPM, duas titulares e duas suplentes, são elas:

  • Dinilza Nascimento Correia (titular);
  • Irene Juarez Dias (titular);
  • Maria Cleide Queiroz (suplente)
  • Leidiane Maranhão de Souza (suplente)
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