Aconteceu nesta terça-feira, 12 de agosto, a formatura da primeira turma de mulheres do curso Jornada de Dados, oferecido pela escola Laboratória, no âmbito da conquista da categoria bancária na Campanha Nacional 2024. Nesta primeira turma, 68 mulheres foram capacitadas para ingressar e crescer na área de dados e tecnologia da informação (TI).
Diante do crescimento no número de contratações pelos bancos de profissionais de tecnologia da informação (entre 2012 e 2022, o percentual de trabalhadores de TI nos bancos passou de 5,1% para 11,2%), e da presença ainda pequena de mulheres na área, que apresentou redução entre os anos de 2012 (31,9%) e 2022 (25,2%), o movimento sindical bancário trouxe o tema para as mesas de negociação da Campanha Nacional dos Bancários 2024, mais especificamente para a mesa de Igualdade de Oportunidades.
Após uma negociação exaustiva, o movimento sindical bancário conquistou a concessão de bolsas de estudo, custeadas pelos bancos, em duas dimensões: 3.000 bolsas de estudo para capacitação de mulheres em programação, na escola PrograMaria; e 100 bolsas para formação avançada de mulheres em tecnologia e dados, na escola Laboratória; previstas nas cláusulas 100 e 101 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
“Temos na categoria bancária, há 24 anos, uma mesa de Igualdade de Oportunidades. Isso que vemos concretizado aqui hoje, neste curso avançado aqui da Laboratória, é fruto desta luta. Uma luta sindical concreta de muitos anos. Uma luta, sempre pautada na negociação, pensando também na igualdade social. Que esse seja um ponta pé inicial para vocês”, enfatizou durante a formatura a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes, que também representou o Sindicato na cerimônia.
“Vamos preparar mulheres não só para os bancos, mas para o mercado de trabalho como um todo. Apesar das nossas duplas e triplas jornadas, temos aqui a prova de que nós damos conta e fazemos melhor. Quando brigamos por igualdade salarial, isso passa também por ocupar estes espaços, principalmente nestas áreas que estão hoje no centro de tudo. Nós mulheres, juntas, vamos muito mais longe e somos ainda mais fortes”, acrescentou a dirigente.
Novas oportunidades
Em um dos momentos mais emocionantes da cerimônia, duas formandas relataram o significado de ter participado do curso Jornada de Dados.
“Fiz minha carreira na área de Recursos Humanos. Por muitos anos, eu cuidei da carreira de muitas pessoas e acabei deixando a minha de lado (…) Eu pude me enxergar aqui dentro do curso de uma maneira muito bonita, de ter esse cuidado profissional comigo mesma de volta”, disse uma das formandas.
“Foram semanas muito intensas, de muito aprendizado, de muita troca. Eu tenho mais de 20 anos de experiência na área de marketing e branding, e nos últimos anos comecei a estudar mais sobre transformação digital. E veio o interesse na área de análise de dados (…) Eu entrei na Laboratória em um momento de virada de chave, quando eu decidi migrar de área. E é uma decisão desafiadora por conta da minha idade. Estou chegando aos 50 anos (…) A Laboratória serviu para validar o caminho que eu quero seguir, me sentir confiante, me sentir preparada”, enfatizou outra formanda.
Justiça social, inovação e competitividade
Para a presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro, incluir mais mulheres na área de TI não é apenas uma de questão social.
“Quero parabenizar todas as formandas desta primeira turma da Laboratória, no âmbito da nossa conquista na Campanha Nacional dos Bancários 2024. Vocês nos inspiram. Assegurar que mulheres tenham acesso a oportunidades em TI não é apenas uma questão de justiça social, mas também de inovação e competitividade. Diversidade gera melhores soluções e amplia a capacidade de resposta às transformações tecnológicas, beneficiando a sociedade como um todo”
Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários
