
A Comissão Executiva dos Empregados (CEE Caixa) participou de mais uma rodada de negociação com representantes da Caixa Econômica Federal para tratar das demandas relacionadas ao Saúde Caixa. O encontro foi realizado no Rio de Janeiro.
Os representantes da Caixa abriram a reunião realizada nesta quinta 14, apresentando dados atualizados sobre o plano de saúde dos empregados, destacando que “a empresa busca uma solução sustentável para o Saúde Caixa”.
Luiza Hansen, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e da Fetec-CUT/SP, reforçou a posição do movimento sindical. “É urgente que a empresa invista mais no plano. Os bancários não podem continuar arcando sozinhos com os custos, o que pode aumentar a evasão e comprometer o plano”, destacou.
Déficit crescente e evasão preocupam
O balanço financeiro preocupa. A arrecadação no primeiro semestre de 2025 foi de R$ 1,7 bilhão, enquanto as despesas chegaram a R$ 2,1 bilhões, gerando um déficit que tende a se agravar até dezembro. O plano conta atualmente com cerca de 125 mil titulares.
Durante a reunião, os representantes dos trabalhadores pontuaram que uma análise técnica do Dieese ainda está sendo desenvolvida e reforçaram a importância de manter os princípios básicos do plano: solidariedade, pacto intergeracional e mutualismo.
Também ressaltaram que um dos problema do Saúde Caixa está nas despesas, que precisam ser mais transparentes e melhor acompanhadas.
Reforçaram ainda a necessidade de mais investimentos em prevenção, com exames periódicos, controle de doenças crônicas e programas de acompanhamento, para que o plano não continue sendo sobrecarregado apenas nos casos mais graves.
Fim do teto de 6,5% e reajuste zero
Os dirigentes sindicais cobraram o fim do teto de 6,5% de custeio do plano, que transfere mais encargos para os empregados. Foi lembrado que parte dos custos atuais decorrem de ordens judiciais, e foi sugerida a realização de mais reuniões para monitorar a situação e adotar medidas preventivas.
“A Caixa não trouxe propostas para essa mesa. É hora de a empresa aumentar sua contribuição. Os empregados não aguentam mais arcar sozinhos com os aumentos. Por isso, defendemos reajuste zero e o fim do teto”, explicou.
A falta de prioridade do saúde caixa no investimento em tecnologia também foi criticado. A medida, seguindo os representantes, ajudaria na redução de custos operacionais.
Lucro bilionário e aporte da Caixa
A Caixa lucrou R$ 14 bilhões em 2024 e, somente no primeiro trimestre de 2025, R$ 4,9 bilhões – um crescimento de 71,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro acumulado é superior ao dos seis primeiros meses de 2024.
Os representantes dos empregados lembraram que os ganhos da empresa foram garantidos pelo trabalho dos empregados, que a empresa tem condições de elevar sua participação no custeio do Saúde Caixa e cobraram um aporte do banco para cobrir o déficit de 2025.
