
Centenas de jovens de toda América Latina participaram de um Encontro promovido pela UNI Américas Finanças na Cidade do México. O Sindicato dos Bancários de São Paulo que é filiado ao sindicato global que representa mais de 20 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo mundo, - participou de forma virtual- e levou para o debate a inclusão de mulheres na tecnologia, fruto da Campanha Nacional de 2024.
Em sua participação, a dirigente sindical Mércia Oliveira, que também é membro da Uni Américas e membro do comitê executivo da Uni Brasil destacou a conquista de 3.100 bolsas de capacitação para mulheres na TI para mulheres negras, mulheres com deficiência, mães e mulheres trans.
“Estamos passando por um período de grandes transformações e, diante disso, o nosso Sindicato vem trabalhando há anos para combater a desigualdade de gênero no setor bancário e no ramo financeiro. Também estamos olhando para o futuro, porque, com o avanço da inteligência artificial generativa e o aumento da produtividade, estamos reivindicando a redistribuição dos ganhos e a redução da jornada de trabalho para quatro dias semanais, com garantia de emprego. Só assim a tecnologia poderá servir para diminuir as desigualdades e não aumentá-las”, destaca.
Mércia também levou para o debate os esforços do Sindicato para reduzir a desigualdade de gênero a fim de garantir que as mulheres não fiquem de fora dessas transformações. “É preciso mostrar o que temos de dados. E entre 2020 e 2024, as mulheres foram as mais impactadas pela eliminação de vagas, com a perda de mais de 16 mil postos de trabalho. Entre os homens, a redução foi de apenas 730 vagas. Esses dados estão diretamente ligados ao fechamento de funções tradicionais, como caixa, escriturário e gerente de conta, que historicamente concentravam mão de obra feminina. Por outro lado, as vagas em tecnologia da informação cresceram de forma expressiva, mas as contratações foram majoritariamente masculinas”, diz a dirigente sindical.
Dia Mundial da Juventude
O Encontro promovido pela Uni ocorreu no mesmo dia em que se celebra o Dia Mundial da Juventude e tratou também da urgência de se discutir os impactos e os desafios para a juventude.
“No dia em que a juventude mundial celebra o Dia Internacional da Juventude, estivemos participando deste fórum que debateu as transformações do mercado de trabalho diante dos avanços das novas tecnologias. Mais do que nunca, é fundamental que a juventude esteja organizada e mobilizada para defender seus direitos, garantir a proteção das conquistas históricas da classe trabalhadora e lutar por melhores condições no presente e no futuro. A tecnologia não pode servir apenas aos interesses do capital; ela deve ser uma ferramenta para reduzir desigualdades e assegurar empregos dignos para as novas gerações. Nossa convenção coletiva de trabalho é nacional, assim como essa conquista, e nosso objetivo é ampliar essa ação nos próximos anos, buscando romper a divisão sexual do trabalho que tanto exclui”, finaliza Matheus Pinho, dirigente Bradesco, membro Executivo do Comitê da UNI.
