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Bancários e terceirizados param a CPSA do Itaú

Linha fina
Depois de protestar no meio do ano contra assédio moral e demissões, funcionários reivindicam que bancos concedam aumento real e auxílios maiores
Imagem Destaque

São Paulo – Os funcionários do Itaú da Central de Processamento de Serviço Administrativo (CPSA), que protestaram em maio contra assédio moral e demissões na concentração, engrossaram a greve da categoria. No início da semana passada, muitos bancários foram convocados para entrar antes das 5 horas da manhã para enfraquecer o movimento.

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Na manhã desta terça-feira 25, oitavo dia de paralisação, cerca de 600 funcionários do prédio que fica na Avenida Lins de Vasconcelos, no bairro do Cambuci, receberam o Sindicato, debateram sobre a Campanha e cruzaram os braços. A agência bancária permaneceu fechada, somente com o autoatendimento funcionando.

Um bancário lembrou a última manifestação e relatou: “até hoje a situação continua crítica. Foram demitidos muitos trabalhadores aqui”. Outro explica: “Eu era funcionário do Unibanco, após a fusão com o Itaú, o modelo de gestão mudou e comecei a ser muito mais pressionado”.

Entre os trabalhadores do prédio, muitos são terceirizados e recebem salário de, em média, R$ 690. Esses funcionários não recebem vale-refeição, apenas transporte. Com a greve, os terceirizados permaneceram em frente ao prédio, respeitando a paralisação da categoria e apoiando.

Um bancário disse que diversas vezes precisou usar sua senha para permitir o acesso de terceirizados ao sistema do banco com dados de correntistas. “O cliente nem imagina que pessoas que não são bancários acessam essas informações. E o banco passa uma imagem aos clientes de ‘melhor banco do país’, o que não acontece aqui dentro, no tratamento de seus funcionários. Estamos muito insatisfeitos. Os terceirizados deveriam ser bancários, como pode o banco pagar tão pouco por um serviço tão importante?”, questionou o bancário.

Peso no bolso – Além das condições de trabalho precárias, após tantas demissões no Itaú, os valores dos auxílios também motivam os bancários a parar. “Eu trago comida já que comer por aqui não fica nada barato. Com o vale-alimentação ajudo minha família, mas meus irmãos também precisam complementar.”

Outro bancário diz que a solução que encontrou o deixa no limite financeiramente. “Acabo tendo de pagar as refeições durante dez dias no fim do mês com o cartão de crédito. Isso sai caro no meu bolso.”

Resultado da greve – A mobilização de trabalhadores em todo o Brasil levou os bancos a convocar reunião para esta terça-feira. A secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, esteve na CPSA e ressaltou que a paralisação continua para forçar a Fenaban a apresentar proposta decente que valorize de fato os bancários.

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Gisele Coutinho -25/9/2012

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