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Majolão para por salário maior, emprego e respeito

Linha fina
Os 1.500 bancários da concentração do Itaú na região da Paulista na luta contra ‘truque dos banqueiros’
Imagem Destaque

São Paulo – A concentração do Itaú na Avenida Brigadeiro Luis Antônio, conhecida como Majolão, teve suas atividades paralisadas no terceiro dia de greve. Os cerca de 1.500 bancários do local pararam por motivos que foram além da revolta diante dos 0,58% de aumento real proposto pela federação dos bancos (Fenaban). “O bancário do Itaú está parado também pela falta de respeito com o pagamento do Agir, clima tenso criado dentro das agências, horários diferenciados sem consulta aos trabalhadores, problemas com o plano de saúde”, alertou o diretor executivo do Sindidcato e funcionário do banco Daniel Reis.

Às 7h desta quinta-feira 20 o movimento ainda era tranquilo em frente à concentração. A partir das 8h, bancários do Itaú de outras unidades e também outras cidades começaram a chegar para um curso de aperfeiçoamento, que não ocorreu, já que a maioria dos bancários aderia ao movimento e o local foi fechado. A bancária do CTO que chegou às 8h para fazer o curso, um investimento na carreira solicitado pelo banco, desabafou: “faço o curso o dia todo. No fim do dia sou obrigada a voltar ao meu local de trabalho e ainda tenho atividades para exercer”.

A voz de quem faz a greve – “O aumento que queremos é justo, o que não é decente é a proposta dos bancos. Outra luta é a isenção do IR sobre a PLR. Sei que a negociação é com o governo, mas sabemos que os banqueiros devem tentar interferir. Conseguir essa isenção é muito importante pra gente”, destacou o bancário do Itaú em frente ao Majolão.

Ao seu lado, um colega complementou: “tentaram negociar e não ‘saiu’ nada. O único jeito de fazer com que pensem seriamente sobre o assunto é parando”. Outro bancário, em frente à concentração, mas também em greve, alerta sobre a importância de os trabalhadores acompanharem a Folha Bancária. “Achei muito importante a publicação sobre o direito de greve, para mostrar a legitimidade desse movimento, com tudo sendo feito dentro da legislação.”

Uma funcionária do Itaú que veio de São José do Rio Preto para realizar o mesmo curso relatou: “É minha segunda campanha, sou bancária há dois anos e acho muito importante essa movimentação, é o correto. Na agência que trabalho, em minha cidade, está tudo parado”.

Os funcionários das várias empresas terceirizadas pelo banco, na área de saúde, logística e recepção, também ficaram do lado de fora do Majolão.

Greve por contratações – A ampliação das contratações está entre as principais reivindicações discutidas na primeira mesa de debates entre o comando dos bancários e os representantes da federação dos bancos, mas não houve avanços.

No Itaú, a situação é grave. O banco extinguiu 9.014 vagas no Brasil de junho de 2011 até junho de 2012. Os dados estão no balanço da instituição financeira. Somente entre março e junho deste ano, o corte foi de 3.777 postos de trabalho. “Queremos qualidade no atendimento à população. Para isso é necessário contratar e não é o que o banco está fazendo”, ressaltou Daniel.


Gisele Coutinho – 20/9/2012

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