São Paulo – O GPSA do Itaú na Vila Mariana amanheceu paralisado neste oitavo dia de greve. Os bancários e terceirizados permaneceram na calçada da Avenida Lins de Vasconcelos durante a manhã desta quinta 26.
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O setor é estratégico para o banco, pois realiza suporte a 1,9 mil agências em todo o país e é responsável pela conferência de 250 mil cheques por dia. Os bancários são pressionados a aprovar os cheques de pessoas físicas em seis segundos e os de pessoas jurídicas em 15 segundos. E reclamam que muitas vezes não podem ir sequer ao banheiro.
Humilhação – O GPSA é um exemplo da terceirização que ocorre nos bancos. Na concentração, trabalham cerca 500 bancários e 200 terceirizados. Entre os bancários, há um temor generalizado de serem substituídos pelos terceiros. E entre esses, há o sentimento de indignação diante do desrespeito a direitos trabalhistas.
Os terceirizados recebem, em média, R$ 900 por mês, para uma jornada de oito horas, e R$ 700, para seis horas. Eles não têm direito às conquistas como a PLR e os vale-refeição e alimentação. São contratados pela empresa Micheletti e recebem apenas R$ 10 por dia para almoçar.
“É uma situação humilhante, fazemos o mesmo trabalho que os bancários, mas temos que usar jaleco para nos diferenciarmos. É uma discriminação. Para nós, seria muito melhor se nos tornássemos bancários, pois não temos direito a nada”, relatou uma terceirizada.
Outra trabalhadora afirmou que se identifica muito com as reivindicações dos bancários, sobretudo as relacionadas à pressão por metas. “Temos muitas metas para bater. É muita pressão o dia inteiro. Comecei a tomar medicamento controlado para combater o stress e a insônia que adquiri por conta de tantas coisas erradas que vemos aqui. Ganhamos muito mal e às vezes atrasam o vale e o salário”, relata.
PL 4330 – Situações como essas dos terceirizados do Itaú podem tornar-se ainda mais frequentes, caso seja aprovado o PL 4330, de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO). O projeto de lei na prática legaliza a contratação de funcionários terceirizados para atuar em atividades-fim da empresa.
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Esta prática hoje é tipificada como interposição fraudulenta e a empresa que a promove pode ser multada.
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Renato Godoy – 26/9/2013
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Concentração do banco na Vila Mariana é alvo de terceirização desenfreada; bancários temem perder emprego e terceirizados criticam precarização
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