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Sob repressão, CUT impede votação do PL 4330

Linha fina
Manifestantes queriam acompanhar sessão da CCJ da Câmara, mas foram "recebidos" com violência e gás de pimenta. “É uma vitória dos trabalhadores, mas mobilização continua”, diz presidente da Central
Imagem Destaque

Brasília – A sessão que votaria nesta terça-feira 3 o PL 4330, da terceirização, foi cancelada. “É uma vitória dos trabalhadores. Nós impedimos a votação do projeto hoje, mas amanhã o texto pode ser votado, por isso a mobilização continua”, afirmou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, assim que houve o cancelamento. O projeto está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados e a votação estava marcada para hoje.

Dirigentes do Sindicato também estavam lá, na defesa dos direitos dos bancários. “Esse PL é ruim. Tem artigo que libera a terceirização até em atividade-fim e o Sindicato não tem concordância com qualquer projeto que coloque em risco direitos conquistados após muita luta dos trabalhadores”, reforça a presidenta da entidade, Juvandia Moreira. “Todo mundo pode ajudar a pressionar os parlamentares contra a votação do PL 4330. Mande mensagem para o deputado em quem você votou. Peça o mesmo aos seus familiares. Se a gente deixar, vão acabar com o emprego formal. Não vamos permitir”, completa a dirigente.

Protesto – Por volta das 14h30, as polícias militar e legislativa formaram um cordão de isolamento na entrada do Anexo 2 da Câmara dos Deputados, que dá acesso à CCJ, para impedir a entrada de manifestantes e dirigentes da CUT. Usaram gás de pimenta e violência para barrar a manifestação. Houve tumulto e correria, e até dirigentes cutistas feridos. Mais cedo, parte dos manifestantes já havia conseguido entrar no plenário do Anexo, que acabou sendo esvaziado.

O dirigente Sheakspeare Martins de Jesus, diretor executivo da CUT nacional, foi agredido por policiais, quando tentava entrar na Câmara, juntamente com outros dirigentes e militantes da Central. “A polícia me empurrou, me jogou no chão. Cai, bati a cabeça, levei chutes e pontapés dos policiais”, contou o sindicalista, que foi socorrido por companheiros e não quis ser levado a um serviço médico. O dirigente se disse já acostumado à trruculência da polícia contra manifestações pelos direitos dos trabalhadores.

Após o cancelamento, dirigentes e a militância da CUT se dirigiram ao acampamento montado em frente ao Congresso Nacional por conta da vigília organizada contra a votação do PL 4330, de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que amplia a precarização do trabalho terceirizado. Os manifestantes permanecerão acampados no local para acompanhar uma possível votação e pressionar os parlamentares pelo voto contrário ou retirada do projeto.

Representantes da Central Única dos Trabalhadores foram barrados de entrar no Congresso Nacional por centenas de seguranças do Legislativo, policiais militares e à paisana. Apesar do uso e abuso de gás de pimenta, cassetete e bombas, cerca de três mil militantes cutistas continuam pressionando para que a voz dos trabalhadores seja ouvida. Mais cedo, antes da confusão, Vagner Freitas tentou negociar a entrada de uma representação para acompanhar a sessão da votação do PL.

“O presidente da Câmara baixou regras ditatoriais para que os trabalhadores não possam se manifestar contra o PL 4330, que atropela os direitos com a ampliação da terceirização e da precarização”, disse Graça Costa, secretária nacional de Relações do Trabalho da CUT, ao relator que o cenário fora e dentro do Congresso era de terror.

O presidente da CCJ, o petista Décio Lima (SC), afirmou que não colocará a matéria em votação, uma vez que não é de interesse da população brasileira neste momento. “Enquanto eu for presidente, eu não pauto esta matéria, a não ser que ela reúna uma condição de acordo com as centrais sindicais dos trabalhadores”, prometeu. Ele admitiu, no entanto, que qualquer deputado da comissão pode pedir a inclusão na pauta de matéria não prevista anteriormente.

Pressione! - Você também pode pressionar os deputados federais contra o PL 4330 mandando e-mails. Veja e-mails aqui.

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Redação, com informações da CUT - 3/9/2013
(Atualizado Às 16h45)

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