São Paulo – “Nós temos de lutar contra qualquer plano de governo que ameace a retirada de direitos trabalhistas.” Assim a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, definiu a participação da entidade no ato realizado no centro de São Paulo, na sexta-feira 26.
O protesto fazia referência à frase dita pela presidenta Dilma Rousseff, durante encontro com empresários na sede da Associação Comercial e Industrial de Campinas, onde ouviu pedidos como atualização da legislação trabalhista, redução da carga tributária e desburocratização. “13º, férias e horas extra, [não se muda] nem que a vaca tussa”, afirmou Dilma.
Foi para cobrar esse compromisso com os trabalhadores, que a CUT e demais centrais sindicais organizaram a manifestação. O presidente da Central, Vagner Freitas, lembrou que algumas candidaturas “estão mencionado palavras como ‘choque de gestão’ e ‘ajustes impopulares’ se forem eleitos. Traduzindo, isso significa retrocessos trabalhistas, demissões, alta da inflação, arrocho salarial”.
Direitos – Nem mesmo a chuva minguou o ato público, que ganhava cada vez mais adesão por onde passava. “É um absurdo [a possibilidade de retirada de direitos trabalhistas]”, criticou o ajudante geral José dos Reis. Ele conta que estava desempregado até pouco tempo. “O que salvou minha família foi o FGTS e o seguro-desemprego. Em um país com tanta injustiça é errado um presidente querer mudar esses direitos”, completou.
Opinião semelhante tem o pedreiro Antonio Ferreira, que escutava atento aos discursos dos dirigentes sindicais em frente ao Teatro Municipal. “É perigoso votar em gente que quer mexer no que é nosso.”
O apoio veio também de empresários. “O salário que eu pago aos meus funcionários subiu nos últimos anos, mas eu acho que tem que subir ainda mais”, afirmou o comerciante José Simões. “Hoje gasto mais [com encargos trabalhistas], mas o dinheiro em circulação também aumentou, então não faz tanta diferença. A diminuição da pobreza é mais importante do que o meu lucro”, opinou o proprietário de restaurante.
O presidente da CUT paulista, Adi dos Santos, lembrou a importância da mobilização dos trabalhadores para impedir ataques aos direitos trabalhistas. E citou a atual cruzada contra projeto de lei 4330, que pretende legalizar a terceirização da atividade-fim, considerada fraudulenta pela Justiça Trabalhista. “É uma medida que se implantada vai acabar com a organização sindical e precarizar ainda mais as relações de trabalho.”
Rodolfo Wrolli – 26/9/2014
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Manifestação organizada pelo movimento sindical reforça cobrança aos candidatos à Presidência da República por respeito às garantias trabalhistas
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